Antigo dono deixou dívida com banco

 

Corretor de imóveis Maurício Pereira Cardoso, 52, arrematou um carro, em maio deste ano, num leilão promovido pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), em Campo Grande, mas não pode usar o veículo por força judicial. É que o veículo tem restrição por dívida com o banco e não deveria ser posto à venda pública. Agora, Cardoso tenta recuperar o que pagou no leilão, o que já gastou para reformar o bem, em torno de R$ 14 mil.

O advogado que defende o corretor, Amilton Ferreira de Almeida, disse que vai recorrer à Justiça como meio de evitar prejuízo ao seu cliente.“Não creio que houve dolo, mas, sim, uma lambança, negligência por parte dos organizadores do leilão, no caso, a PRF”, disse Almeida.

De acordo com documentos mostrados ao jornal Midiamax, o veículo modelo Peugeot/Hoggar Xline, foi apreendido às 10h23 minutos, em Terenos.Leilão da PRF vendeu carro 'enrolado' na justiça e corretor fica no prejuízo

Diz o papel de recolhimento do veículo, que o Peugeot estava sem placa de identificação e o motorista que o conduzia, Gilson Mariano, tinha Carteira de Habilitação vencida. Além disso o documento aponta que o veículo não estava registrado e “devidamente licenciado”.

Ainda de acordo com o advogado, Mariano não é o dono o carro. O proprietário chama-se Domingo Sávio Guilherme.

Dia 23 de maio, às 9h00, no hotel Concord, o corretor arrematou o veículo por R$ 9,5 mil, pagou deste valor 9,5% ao leiloeiro (em torno de R$ 950) e levou o Peugeot para casa. O lance inicial para que o carro fosse leiloado era de R$ 6,5 mil,

Alegando que precisa o veículo para o trabalho, Maurício Cardoso, levou o veículo para reforma e lá desembolsou mais R$ 4 mil pelos reparos.

Ocorre que o corretor foi notificado e soube que carro arrematado uma restrição judicial. O dono, no caso, não havia quitado as prestações, daí o financiador, Banco Brasil quer que a dívida seja paga, ou que o carro seja devolvido.

Fabricado em 2011, o dono do Peugeot, apreendido “amassado e com arranhões”, ainda deve ao Bradesco em torno de R$ 18 mil.

Ou seja, se o corretor quisesse livrar-se do processo judicial e tornar-se proprietário do carro leiloado, teria de desembolsar R$ 32 mil.

O advogado Amilton de Almeida disse a conta aumentaria porque o corretor tem de pagar ainda os custos honorários.

“O carro não devia ser posto à venda, afinal, meu cliente nada tem a ver com a dívida bancária. E acho ainda que a empresa que leiloou o Peugeot também não tem culpa. Creio, sim, na negligência dos organizadores”, acrescentou o advogado.

A assessoria de imprensa da superintendência regional da PRF, em Mato Grosso do Sul, informou que ainda não ficou sabendo da contestação do corretor e que os veículos leiloados têm os documentos examinados antes e só são vendidos quando aprovados pelas regras exigidas por lei. No entanto, a assessoria pediu informações sobre o caso em questão para, depois, se manifestar.