Crime foi filmado pelos autores 

Uma nova audiência sobre a execução de Richard Alexandre Lianho, filmada e divulgada nas redes sociais em fevereiro deste ano, acontecerá na próxima segunda-feira, dia 28 de agosto. Dois adolescentes envolvidos no crime serão ouvidos pela 1ª Vara do Tribunal do Júri e um terceiro suspeito será interrogado. O rapaz foi morto a tiros e teve os braços e pescoço cortados antes de ser jogado em um barranco na cachoeira do Céuzinho.

Richard pertencia ao CV (Comando Vermelho) e foi morto após passar pelo ‘Tribunal do Crime’ do PCC (Primeiro Comando da Capital. O ‘julgamento’ por videoconferência teria envolvido 25 integrantes da facção que decidiram pela execução do rapaz e também por seu esquartejamento. Segundo os suspeitos, todos presos na época, o motivo do crime foi o envolvimento da vítima com esposa de um integrante da facção.

Segundo o TJ-MS (Tribunal de Justiça e Mato Grosso do Sul), na audiência o juiz responsável pelo caso, Carlos Alberto Garcete de Almeida, ouvirá dois adolescentes envolvidos no crime, que estão recolhidos em Unidades Educacionais de Internação. Um dos jovens será ouvido por videoconferência, pois se encontra na UNEI Laranja Doce, em Dourados.

Um terceiro envolvido ainda será interrogado pelo juiz, ele está preso desde a época do crime. A pivô do crime, uma jovem de 22 anos, não foi localizada pela justiça e teve sua citação feita por edital. O processo que vai apurar sua participação no crime foi desmembrado, “tudo para evitar o atraso no andamento do processo”.

O casoEnvolvidos em execução autorizada por facção serão ouvidos em audiência

Assumidamente integrante do CV (Comando Vermelho), Richard Alexandre Lianho teria se envolvido com a mulher de um preso da facção rival. Foi por isso, se tornou alvo do grupo.

Logo que o caso foi descoberto, um dos suspeitos, que completou 18 anos no dia em que foi preso, procurou a vítima para tirar satisfação. Na ocasião, Richard teria confessado o relacionamento e afirmado ser do CV. A partir daí ele começou a ser observado de perto pelo PCC. O rapaz fez um perfil falso no Facebook e se passando por mulher, marcou um encontro com a vítima.

No dia 14 de fevereiro, a vítima foi até o endereço marcado, uma quitinete no Bairro Zé Pereira. Ali foi surpreendido pelo rapaz e outro adolescente, amarrado e levado para dentro do imóvel, onde teria sido submetido a um julgamento com integrantes do PCC de todo país.

Além da acusação de ‘talarico’, o jovem também foi julgado por crimes sexuais contra crianças, casos que supostamente teriam sido descobertos pelos dois suspeitos de atraí-lo para a armadilha. Depois do veredito pela execução, os dois adolescentes chamaram o terceiro envolvido no crime, um jovem de 22 anos.

Amarrado, o rapaz foi levado dentro de um carro para o Ceuzinho e assassinado a tiros. Depois teve os braços e o pescoço cortado e foi jogado em um barranco. O crime brutal foi filmado pelo mais novo dos suspeitos. O corpo de Richard foi encontrado no dia 15 de agostos, após a prisão dos suspeitos. 

Antes de ser morto, Richard ainda foi forçado a deixar um recado para os integrantes da sua facção: “pra todo mundo, todo o CV que está aí, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, na penitenciária aí, na rua, pra sair tudo jogado que o que está acontecendo comigo pode acontecer com você também”.