Até o momento a ocupação é pacífica

Cansados da inércia do governo federal, mais de 130 famílias da etnia ofaié ocupam desde a madrugada desta terça-feira, 6, parte da fazenda Santana no município de Brasilândia, cidade a 355 quilômetros de Campo Grande. A área está em processo de demarcação de terras indígenas há 25 anos. Até o momento a ocupação é pacífica.

De acordo com Marcelo da Silva Lins, liderança da comunidade, a ocupação teve início por volta das 3 horas da manhã de hoje, em uma área de 1,9 mil hectares, mas a sede da fazenda, porém, não foi ocupada. “Entramos apenas na área que o estudo aponta ser nosso, que está garantida, estamos em um lugar que não atrapalha a fazenda e por isso ainda não tivemos um conflito”, disse. A propriedade pertence à pecuarista Bruna Cardim Hofig Ramos.

O indígena explicou que o território foi reconhecido em estudo como pertencente ao povo Ofaié em 1992, ocorre que, a posse da terra só é reconhecida após homologação do Presidente da República, Michel Temer (PSDB), razão de preocupação, disse Marcelo. “Temos tudo para ganhar, mas não aguentamos mais a morosidade da Justiça, sabemos que isso será uma dificuldade e por isso decidimos entrar neste território”, analisa.

Para o líder Marcelo a ocupação é uma forma de resistência, e afirmou: “Não vamos arredar o pé e a tendência é de ficar até o final”, declarou. Sobre um possível confronto, o indígena não descartou um embate, mas acrescentou que durante as mais de sete horas de ocupação não houve aceno do responsável pela propriedade.

O Ministério Público Federal em Três Lagoas informou que o procurador já tem ciência da situação e está apurando o ocorrido.