A Justiça interditou o lixão de Campo Grande na noite desta sexta-feira (30). Nenhum caminhão poderá descarregar o lixo coletado, até que a empresa Solurb regularize a situação no local. Um oficial de Justiça foi ao lixão com a ordem de fechamento. A decisão é do juiz Amaury da Silva Kuklinski, da Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.

A decisão foi por conta de que a empresa não estar mais conseguindo levar todo o lixo orgânico das áreas de transição para o novo aterro sanitário. Catadores contam que após o fechamento do aterro a céu aberto, foram feitas três áreas de transição onde o lixo estava sendo depositado.

Nessas três áreas, os trabalhadores retiram os reciclados e a Solurb então ficava encarregada de levar o lixo orgânico ao novo aterro. O representante de catadores, Rudimar Soares Reis de 30, estava com ordem judicial em mãos onde consta que a empresa encarregada tem de regularizar a situação no local em um prazo estipulado, caso contrário terá de pagar multa diária de R$ 100 mil.“A nossa preocupação é de como vai ficar essa situação”, diz Rudimar. O dinheiro seria revertido para os próprios catadores.

“Não queremos o dinheiro, a nossa preocupação é perdemos o contato com o lixo”, diz outro representante dos catadores, Luis Henrique Berrocal. Ao todo em Campo Grande, são 630 catadores que vivem do lixão. Por dia, em torno de 120 caminhões descarregam aproximadamente 800 toneladas de lixo.