O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro entrou com recurso na Justiça na terça-feira para impedir que o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, seja julgado em 26 de agosto, às 10h, na 4ª Vara Criminal, que funciona também como Tribunal do Júri, em Duque de Caxias. O pedido foi feito após a descoberta de um plano de resgate do criminoso e pelo medo dos jurados em participar da audiência. As informações foram publicadas no jornal O Dia.
Enquanto os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não julgarem a questão, promotores e procuradores que atuam na Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Institucionais e Judiciais pediram também que o júri seja cancelado. Desde que o julgamento foi marcado, a Justiça começou a receber informações de possíveis planos de resgate. Beira-Mar é réu em processo sobre a morte do amante de uma namorada do bandido, em 1999.
No recurso especial de 38 páginas enviado à Justiça, o MP alega que Beira-Mar é um “criminoso de alta periculosidade e com grande influência local”. Ele está no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná e é considerado um dos maiores traficantes de armas e drogas da América Latina.
A audiência é pela morte de Michel Anderson Nascimento dos Santos, 21 anos, ordenada por telefone por Beira-Mar. Escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça, flagraram o traficante falando com Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, mas chamado de Bomba. Na conversa, Bomba informa a Beira-Mar que a vítima já havia comido as duas orelhas. Outro trecho mostra o traficante conversando com a vítima, que conta a tortura sofrida.
