Procurador do STJD detona ação do Vasco e aponta “desespero” e “ridículo”
Procurador geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Paulo Schmitt vê com muitas ressalvas anotícia que o Vasco entrará com ação para tentar reverter o resultado da derrota de 5 a 1 para o Atlético-PR no último domingo. Schmitt, na realidade, ainda descarta qualquer possibilidade de apresentar denúncia em relação ao placar final da […]
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Procurador geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Paulo Schmitt vê com muitas ressalvas anotícia que o Vasco entrará com ação para tentar reverter o resultado da derrota de 5 a 1 para o Atlético-PR no último domingo. Schmitt, na realidade, ainda descarta qualquer possibilidade de apresentar denúncia em relação ao placar final da partida disputada em Joinville. Ele usa palavras fortes para definir a articulação da diretoria vascaína.
“O que aconteceu dá margem para o placar mudar para 3 a 0? Convenhamos! Isso é problema do Vasco, não é problema meu. A Procuradoria não vai se mover um milímetro para dar margem de que o resultado em campo seja modificado. Não vou cair no ridículo de fazer isso. Se o árbitro (Ricardo Marques Ribeiro) errou é outra coisa”, disse Schmitt ao Terra.
Na noite de segunda-feira, a diretoria do Vasco anunciou que acionaria o STJD com ação por conta de o jogo ser paralisado por 1h17min. Segundo regulamento da CBF, uma partida pode ser interrompida por 30 minutos, com possibilidade de acréscimo de outros 30 minutos, caso o árbitro entenda que o motivo seja resolvido. Em caso diferente, o jogo deveria ser adiado.
“É uma análise pessoal minha. Está parecendo desespero do Vasco. Vamos somar quantas vezes o Vasco entrou atrasado em campo nos inícios de partidas, foi punido e nem por isso o jogo acabou em 3 a 0. Estão forçando a barra”, lembrou.
De acordo com Schmitt, só um erro de direito grave poderia rever o placar do jogo. Ainda segundo ele, não há punição estipulada para casos como o que ocorreu no domingo em Joinville. “Essa questão de placar por 3 a 0 é para casos diferentes. Como se uma equipe causa a interrupção de um jogo, não pode seguir, faz um cai-cai e fica com seis jogadores”, exemplificou.
“Anulação é algo raro no futebol”, diz advogado especializado
Advogado especializado em direito esportivo, Pedro Zanette Alfonsin tem visão semelhante à de Schmitt sobre o caso. “Os advogados do Vasco não alegam prejuízo. A irregularidade de o jogo ir além dos 60 minutos não constitui um erro de direito a ponto de se adiar a partida. O clube (Vasco) não se recusou a jogar e depois alega que o jogo não deveria ocorrer?”, questiona. “Esse raciocínio vai contra os princípios gerais do esporte, da lealdade e da competição”, diz ainda.
Para Alfonsin, só situações muito extremas podem reverter o placar de um jogo. “Existiu uma infração à regra, mas sem força o suficiente para anulação. A anulação é algo seríssimo, gravíssimo, raro no futebol com exceção dos jogos do Brasileiro de 2005. Se for contabilizar no mundo inteiro, não chegam a 10 jogos em um histórico recente”, complementou.
Petraglia vê ação orquestrada entre torcedores vascaínos e diretoria
Em entrevista à rádio oficial do Atlético-PR, o presidente Mário Celso Petraglia chegou a acusar o Vasco de ação orquestrada com os torcedores que se envolveram em briga corporal contra atleticanos. “Eles vieram de forma premeditada para criar dificuldades para que o jogo não terminasse e fosse para o tapetão. Seria a última esperança deles em não voltar à segunda divisão”.
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