Uma das chapas denuncia que a entidade arrecada R$ 80 mil mensais e, ainda assim, não possui sede, carro, nem sequer “uma bicicleta”

Duas chapas que disputam o comando do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Carne e Derivados em Mato Grosso do Sul, entraram em rota de colisão. Uma das chapas, a 2, acusa a primeira por suposta manipulação de votos. A eleição acontece nesta terça-feira.

De acordo com o candidato a presidente da chapa 2, Joel Silva Camphms, conhecido como Joel Desossador, o concorrente da chapa 1, Vilson Gimenez Gregório, atual vice-presidente da entidade, estaria prejudicando a disputa ao expor as urnas em local aberto, sem que o eleitor tivesse privacidade na hora de cravar o voto.

“As pessoas ligadas à candidatura dele [Vilson] ficam ao arredor das urnas, dizendo que minha chapa foi impugnada pela justiça trabalhista, isso não é verdade. Como pode o sindicalizado sofrer pressão justamente na hora de votar, ao lado da urna?”.

A chapa 2 tinha sido impugnada, mas ontem, por determinação judicial, a concorrente retomou o páreo pelo comando da entidade. Agora, é o representante dessa chapa que prometeu recorrer ao MPT (Ministério Público do Trabalho). Joel disse que vai pedir para anular a eleição.

Joel disse ainda que a família de seu adversário comanda o sindicato dos trabalhadores nas indústrias da carne há pelo menos duas décadas e “nada fez pela categoria”. “Não temos estrutura, nada, nem carro, nem motocicleta, nem bicicleta, nada”, disse ele. O candidato afirmou ainda que a entidade arrecada em torno de R$ 80 mil mensais.

O sindicato possui uns 2,7 mil filiados dos 5 mil trabalhadores no setor. A reportagem tentou conversar Vilson Gimenez, mas ele não foi localizado.

A legitimidade da eleição será acatada caso dois terços da categoria, ou perto de 1,7 mil trabalhadores, votarem hoje. Caso contrário, a eleição continua amanhã. O maior número de filiados trabalha no frigorífico Bertin, empresa que enfrenta desde ontem um manifesto grevista.