Às vésperas da inspeção do CNJ, TJ-MS demite analista judiciário ‘a bem do serviço público’

Servidora atuava na Corregedoria da corte estadual; nem o TJ-MS nem a advogada da analista quiseram revelar o motivo da demissão

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Servidora atuava na Corregedoria da corte estadual; nem o TJ-MS nem a advogada da analista quiseram revelar o motivo da demissão

Decisão de um processo administrativo da Secretaria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, publicada na edição do Diário Oficial do dia 25 deste mês, semana passada, determinou a demissão “a bem do serviço público” de uma servidora que atuava na Corregedoria da corte estadual. Cabe recurso.

O motivo da demissão teria a ver com alterações em documentos judiciais, conforme apurou a reportagem junto a fontes que atuam no alto escalão do Judiciário sul-mato-grossense.

A demissão consta no processo disciplinar 161.158.0001/2010. A medida, de extremidade máxima dentro do TJ-MS, aparece assim escrita no Diário Oficial da Justiça: “A unanimidade, aplicaram à servidora Laura Célia Nunes da Cunha de Arruda a pena de demissão, a bem do serviço público, nos termos do voto do relator”.

O relator do processo é o presidente do TJ-MS, o desembargador Paulo Alfeu Puccinelli. A reportagem quis tratar o assunto com autoridades da corte, mas o comando do Judiciário sul-mato-grossense não quis se manifestar.

A demissão de Laura, que ocupa o cargo de Analista Judiciário, ocorreu às vésperas da inspeção do Conselho Nacional de Justiça, que começou ontem. O CNJ, por uma semana, examina supostas irregularidades praticadas dentro do TJ-MS, uma delas o chamado mensalão.

Dinheiro da Assembleia Legislativa, segundo declaração do deputado estadual Ary Rigo, do PSDB, era repartido entre o governador reeleito do Estado, André Puccinelli, o TJ-MS e o MPE (Ministério Público Estadual).

A advogada de Laura, Maria Aparecida Coutinho Machado, também não quis detalhar as razões da demissão da analista.

“Não é um recurso definitivo, entramos com recurso. É um processo disciplinar, corre em sigilo”, limitou-se a defensora.

Laura atuava na Corregedoria, um dos setores mais importantes do Judiciário, aquele que fiscaliza as atividades dos juízes e desembargadores.

Clique aqui e confira na página 2 do Diário Oficial da Justiça a decisão que determina a demissão da analista judiciário

 

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