A semana foi marcada por uma nova ofensiva do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) com a 4ª fase da Operação Tromper, que prendeu Claudinho Serra (PSDB), seu assessor Carmo Name Júnior e o empreiteiro Cleiton Nonato Correia, da GC Obras de Pavimentação.
A investigação mira contratos fraudulentos de cerca de R$ 20 milhões na Prefeitura de Sidrolândia e aponta o ex-secretário de Fazenda como chefe do esquema.
A prisão, determinada por ordem judicial para garantir a ordem pública, poderá ser revista em até 90 dias, enquanto as defesas devem tentar a revogação imediata. Entre os alvos da operação, estão empresários, ex-secretários e servidores públicos, além de familiares do próprio Claudinho. A operação evidenciou que o grupo seguiu atuando mesmo após as fases anteriores e sob medidas cautelares.
Fim da segunda fase da CPI do Transporte
Na Câmara de Campo Grande, a CPI do Transporte Público encerrou a segunda fase revelando fragilidade das agências Agetran e Agereg na fiscalização do contrato com o Consórcio Guaicurus.
Depoimentos mostraram omissão e possíveis conflitos de interesse entre ex-diretores e empresas prestadoras de serviço, segundo o presidente da comissão, Dr. Livio (União).
Com isso, a comissão avança para a terceira fase, ouvindo diretores e ex-funcionários do consórcio, além de intensificar as inspeções em campo. A meta é aprofundar a análise sobre a execução contratual e qualidade do serviço prestado à população.
Deputado pressiona saúde da Capital
Já na área da saúde, o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) acionou o Ministério Público Federal e o Ministério da Saúde contra a Prefeitura de Campo Grande, denunciando o não uso de 14 ambulâncias novas do Samu.
As viaturas, adquiridas com verba federal e entregues desde dezembro, seguem paradas, enquanto a Prefeitura mantém contrato de R$ 1,9 milhão anual com empresa de Minas Gerais para locação.
Resende classificou a situação como “inadmissível” e pediu investigação sobre possível improbidade administrativa, além de intervenção federal para ativação imediata dos veículos.
E para investigar o colapso…
Na Câmara Municipal, também foi destaque o pedido para criação de uma nova CPI que pode investigar a Santa Casa de Campo Grande. Protocolada com assinatura de 14 vereadores, a iniciativa partiu do vereador Rafael Tavares (PL), que cobra transparência da entidade filantrópica.
A Santa Casa alega déficit de R$ 13 milhões por mês. A pressão aumentou após a morte da menina Sophie Emanuelle, de 5 anos, internada por três dias na unidade. O caso escancarou a superlotação e a falta de leitos, sobretudo na pediatria.
Tavares afirma que, sem respostas via requerimento, a direção do hospital pode ser convocada formalmente pela CPI.
E em Bandeirantes…
No cenário eleitoral, a cidade de Bandeirantes se prepara para eleições suplementares após o TSE manter a inelegibilidade de Álvaro Urt (PSDB).
O MDB avalia lançar Tatiane Maria Miyasato, ex-vereadora e ex-candidata a vice-prefeita, como cabeça de chapa. O prazo para registro de candidatura encerra na segunda-feira (9), com eleição marcada para o dia 6 de julho.
No Governo do Estado
Eduardo Riedel (PSDB) participou virtualmente da convenção nacional do partido e votou favorável à fusão com o Podemos. Segundo ele, o PSDB vive um momento de reestruturação e a incorporação seria um passo estratégico rumo às eleições de 2026.
Riedel também comentou sobre o atual cenário político: “As abóboras estão se acomodando”, disse, referindo-se à reorganização partidária nacional. Ele negou, por ora, qualquer mudança de sigla, apesar da proximidade com a senadora Tereza Cristina (PP) e supostas inclinações ao Republicanos, do governador paulista Tarsício de Freitas, e ao PSD, de Gilberto Kassab.
Ainda nesta semana, Riedel reuniu o secretariado e alertou para o desafio da queda na arrecadação, especialmente com a perda de receita do ICMS do gás boliviano.
Apesar das restrições orçamentárias, o governo estadual quer manter o ritmo de entrega, com foco em PPPs na saúde e infraestrutura, conclusão de obras, fortalecimento da agricultura familiar e programas como Rodar MS, MS Ativo e MS Qualifica. Segundo o governo, a meta é cumprir mais de 90% das 848 entregas previstas nos contratos de gestão.

E a polêmica do concurso do MPMS?
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul se envolveu em polêmica nesta semana, após a divulgação do resultado da prova oral e escrita do XXX Concurso para Promotor de Justiça Substituto, em que nenhum dos 180 candidatos alcançou os critérios mínimos de aprovação.
As exigências do edital — nota mínima de 5 em cada disciplina e média geral de 6 — não foram atingidas por nenhum participante, segundo o MPMS.
Enquanto isso, no primeiro quadrimestre, recomposições de natureza compensatória custaram mais de R$ 24 milhões aos cofres públicos estaduais. Os valores são referentes a férias não usufruídas, licenças remuneradas por excesso de trabalho, além de compensação por acúmulo de processos em análise pelos promotores. Ainda estão inclusas a ‘venda’ de terço de férias e até compensações por plantões realizados.
Para realização do 30° Concurso para Promotor de Justiça Substituto, o Ministério Público de MS gastou quase meio milhão de reais. A banca contratada foi a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), cujo ‘rigor e criteriosidade’ em correção das provas foi enaltecido pelo chefe do órgão, o Procurador-Geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Júnior.
Vem aí, campo-grandense…
Por fim, a Prefeitura de Campo Grande anunciou a programação dos 126 anos da Capital, com reabertura de espaços como a Morada dos Baís, retorno da Noite da Seresta, reinauguração do Teatro José Otávio Guizzo e inaugurações na área social e de infraestrutura.
A prefeita Adriane Lopes (PP) afirmou que os eventos marcam não só uma celebração simbólica, mas o reforço do compromisso da gestão com a população.