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Política

‘Ninguém mais confia nesta Casa’, diz usuária do Consórcio em audiência da CPI

Usuária criticou Câmara durante audiência para depoimentos sobre o Consórcio Guaicurus
Dândara Genelhú, Thalya Godoy -
servidora usuária consórcio
Servidora é usuária do transporte coletivo. (Madu Livramento, Midiamax)

Usuária do transporte público em apontou descrença com a Câmara de Campo Grande. Após o presidente da Casa, Papy (), defender mais repasses ao Consórcio Guaicurus — empresas investigadas na CPI —, a servidora pública apontou falta de participação da população em audiência nesta quarta-feira (25).

O presidente da Casa sugeriu mais dinheiro aos empresários: “É um dinheiro que possa ser todo mês destinado para o transporte público de Campo Grande. Para salvar o transporte do jeito que está, independente de quem é culpado, quem deixou de fazer lá na frente”, justificou o presidente.

Além disso, o presidente da CPI, Lívio Leite (União), afirmou que a população não verá resultados da CPI até o momento. “Na verdade, talvez a população não sinta nesse momento o resultado prático dessa CPI”.

Servidora pública estadual, Ana Lucia Ramires Mendonça mora na região do Coronel Antonino, no Talismã. “Infelizmente, nós não temos toda a representação da população que deveríamos ter aqui”, apontou a usuária.

Em seguida, afirmou que o cenário é preocupante. “Os senhores deveriam se atentar a isso, porque ninguém mais está confiando nesta Casa. Alguém já disse aqui, as outras acabaram em pizza”, disse aos vereadores.

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Vereadores enquanto população faz denúncias. (Madu Livramento, Midiamax)

‘Humilhante’

Então, nos três minutos de fala permitidos na audiência, a usuária relatou dificuldade nos horários dos ônibus. Disse que os atrasos causam escalada de tempo na vida dos cidadãos. Isso porque, se um ônibus atrasou, perde o próximo. Logo, acaba em uma espera de até uma hora para um novo veículo passar.

“É humilhante andar de ônibus em Campo Grande. Enferrujados, bancos quebrados, que você senta e levanta porque está quebrado. Uns 15 dias atrás, o ônibus estava fumaçando”, relatou. Assim, explicou que questionou o motorista e recebeu a resposta de que deveriam ‘rezar para chegar’. “Eles não vão substituir, você que espere o próximo”, criticou.

Para Ana Lúcia, “o transporte está lixo mesmo, o transporte é lixo”. Ademais, apontou que novos pontos e rotas não são práticas no dia a dia. Isso porque os usuários precisam andar quadras até os novos pontos.

“Fiscal disse que não é longe. Desafio qualquer um de vocês andar ali da Fernando Corrêa e tem que andar até a Cândido Mariano. Eu me locomovo, mas e a pessoa ? E a criança?”, questionou.

Usuários do Consórcio Guaicurus. (Madu Livramento, Midiamax)

Superlotação

Outro ponto criticado pela usuária é a superlotação. Em diversos momentos, o tema foi abordado na CPI. Contudo, houve confirmação na CPI de que as empresas de ônibus não são multadas pelo excesso de passageiros.

Em depoimento na CPI do Consórcio, o atual diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande), Paulo da Silva, admitiu que não multa ônibus do Consórcio Guaicurus por superlotação. Contudo, disse que a Agência penaliza veículos de passeio com mais passageiros do que a capacidade em Campo Grande.

“Não é pico, não é horário de pico”, destacou a servidora. Assim, a passageira disse que prefere esperar outros veículos em vez de pegar a superlotação e sofrer assédio. “Se você chegar hoje no ônibus, você não sai com menos de 40 minutos. Eu não quero ser encoxada no ônibus, eu pago e pago caro”, disse.

Por fim, disse que optou pelo depoimento na esperança de que a investigação aponte resultados. “Ainda acredito e por isso estou aqui. Tem que adiantar e tem que resolver”, finalizou.

A relatora da CPI, Ana Portela (PL), disse que sabe que “as pessoas estão realmente cansadas”. Então, prometeu encaminhamentos. “Nós iremos fazer todos os apontamentos necessários. Essa CPI não vai acabar em pizza”, afirmou.

Como serão usados os depoimentos?

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) destacou que os participantes entram como testemunhas na CPI. “Desta vez, as pessoas que serão ouvidas pela CPI, só desta vez, não serão as que poderão ser julgadas pela CPI neste relatório que vamos apresentar, porque não são prestadores de serviço e nem responsáveis pelo serviço municipal de transporte”.

Assim, destacou que os depoimentos serão anexados como usuários do transporte. “Sua contribuição será lançada no nosso relatório como testemunha que usa o transporte público em Campo Grande”, disse.

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