O ex-diretor da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine de Lima Bruno, disse desconhecer acidentes na Rui Barbosa após a instalação de corredores de ônibus. “Não me recordo de ter acidentes”, afirmou na CPI do Consórcio Guaicurus nesta segunda-feira (19).
Além disso, disse que o “trânsito melhorou muito ali”. Em 2024, levantamento do Jornal Midiamax apontou que pelo menos 20 acidentes ocorreram naquele trecho após a instalação.
Então, o ex-diretor afirmou que acidentes ocorrem em outro local. “Bandeirantes e basicamente onde tem um posto de gasolina”, disse. Contudo, garantiu que o corredor de ônibus poderá acabar com os acidentes. “Quando estiver funcionando [corredor] vai acabar com acidentes”.
VÍDEO: Motorista tenta ultrapassagem no corredor de ônibus e capota na Rui Barbosa
Acessibilidade
O vereador Coringa (MDB) questionou se o TAG prevê fiscalização e manutenção dos elevadores. Perguntou ao ex-diretor se acompanharam a fiscalização.
Janine afirmou não recordar e manteve a resposta quando questionado sobre plano de fiscalização. “Então neste caso não elaborou plano?”, disse Coringa.
Logo após, Janine disse que o vereador estaria “colocando palavras” na boca dele. A advogada do ex-diretor respondeu aos vereadores.
Assim, houve a primeira interferência da oitiva, com o presidente Lívio Leite (União) pedindo que a profissional se dirigisse apenas ao cliente.
Denúncias
Até esta segunda-feira (19), a CPI do Consórcio registrou 521 denúncias em Campo Grande. Usuários apontam falhas no serviço do transporte público da Capital.
Conforme os vereadores, os dados mostram “o alto nível de engajamento da população com os trabalhos da CPI e sua preocupação com a qualidade do transporte coletivo em nossa cidade”.
Foram 448 mensagens recebidas via WhatsApp, 32 formulários preenchidos, 38 e-mails enviados, 2 ligações telefônicas e 1 denúncia realizada de forma presencial.
Líder de denúncias
A má conservação, falta e atrasos constantes de ônibus em Campo Grande lideram as reclamações contra o Consórcio Guaicurus. Relatório do grupo, aponta que “a população clama por medidas urgentes, incluindo renovação da frota, ampliação das linhas, fiscalização efetiva e maior transparência na gestão”.
Assim, a partir das denúncias, os vereadores classificam a situação atual do transporte coletivo “como insustentável e prejudicial à qualidade de vida dos moradores de Campo Grande”. A má conservação lidera as denúncias, seguido da falta de ônibus e o mesmo percentual para atrasos dos veículos.