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Política

Gigantes disputam Rota da Celulose com R$ 10 bilhões em investimentos em MS

Rota da Celulose será da empresa que oferecer maior desconto oferecido sobre a tarifa de pedágio
Fábio Oruê -
MS-040 (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Despontando como o Vale da Celulose internacionalmente, irá leiloar a Rota da Celulose – composta por rodovias federais e estaduais – nesta quinta-feira (8) com quatro gigantes na disputa pelos investimentos de R$ 10,1 bilhões.

Após o ativo não receber propostas na primeira tentativa de concessão, em dezembro do ano passado, a expectativa é que quatro proponentes participem: BTG Pactual, KInfra, XP e Way Kinea. O novo certame acontece na sede da B3, em São Paulo, às 13h (horário de MS), após reformulação no projeto.

O plano prevê R$ 10,1 bilhões em investimentos, sendo R$ 6,9 bilhões em capex e R$ 3,2 bilhões para despesas operacionais ao longo de 30 anos de contrato. Entretanto, serão concedidos 870,3 quilômetros da Rota da celulose, que ganhou esse nome por ser formada por rodovias importantes para a cadeia produtiva da celulose no Mato Grosso do Sul.

O trecho contempla extensões das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e das federais BR-262 e BR-267. A empresa vencedora do certame será definida com base no maior desconto oferecido sobre a tarifa de pedágio.

Além disso, a concessão prevê recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do sistema rodoviário pelo prazo de 30 anos.

rota da celulose
MS-338 (Saul Schramm, Governo do Estado)

Quem são as concorrentes da Rota da Celulose?

BTG Pactual, KInfra, XP e Way Kinea apresentaram propostas na última segunda-feira para participar do leilão da quinta-feira.

O grupo de construtoras Way Brasil já atua em Mato Grosso do Sul, com a concessão da MS-306. Ano passado, se uniu a gestora Kinea para arrematar a Rota do Zebu (BR-262/MG). As empresas desbancaram o BTG Pactual, que participou da disputa por meio de um fundo.

No mesmo modelo de atuação por meio de fundo, o BTG competiu por outros ativos no ano passado, como a Rota dos Cristais (BR-040/GO/MG) e a Rota Verde (BRs-060/452/GO).

Além disso, esse segundo contou também com a participação da XP, mas quem saiu vencedor foi o consórcio formado pela Aviva e Tecpav Tecnologia e Pavimentação.

Com isso, a Rota da Celulose marcaria primeira vitória do BTG e da XP em um leilão rodoviário.

Já a KInfra opera a Rodovia do Aço. A concessão soma 200,4 quilômetros de extensão da BR-393 (Rodovia Lúcio Meira), da divisa entre os Estados de Minas Gerais e ao entroncamento com a BR-116 (Via Dutra), em Volta Redonda, na região Sul Fluminense.

Rota da Celulose

Entretanto, após a falta de interessados na primeira tentativa de leiloar a Rota da Celulose, foram feitos alguns ajustes no edital. Entre eles, um modelo econômico-financeiro que reduz os investimentos obrigatórios durante os primeiros quatro anos de operação, uma das demandas apresentadas pela iniciativa privada. A projeção de receita dos 20 anos de operação também acabou alterada.

A futura concessionária deverá duplicar 115 km de rodovias, construir 457 km de acostamentos e 245 km de terceiras faixas, além de 12 km de vias marginais.

Ademais, serão implantados 38 km de contornos urbanos, 25 acessos, 22 passagens de fauna e 20 alargamentos de pontes. Estão contempladas ainda obras de arte especiais, estruturas como pontes e passarelas, totalizando 3.780 m².

Concessão sem interessados

A princípio, a Rota da Celulose não despertou o interesse das empresas e, por isso, o leilão acabou suspenso. Além disso, o novo modelo de concessão considera a instalação de 12 praças de pedágio nos trechos.

São eles:

Entre as novidades, a concessão deve aderir a pórticos de cobrança de pedágio automático chamada de Free-Flow. Em relação, a tarifa quilométrica, o projeto reajustou para R$ 0,19 por quilômetro em pistas simples e R$ 0,26 para pista dupla.

Para composição da política tarifária foram adotados os parâmetros de diferenciação de tarifa entre as de pista simples e de pista dupla (40% superior).

A cobrança de pedágio será 100% eletrônica (sistema free-flow) com desconto de 5% na tarifa para usuários optantes pelo sistema de tag válido (AVI), e descontos progressivos de até 20% da tarifa para veículos de passeio conforme a frequência e isenção de cobrança para motocicletas.

A intenção do Governo do Estado é entregar as rodovias que formam a rota da Celulose para a iniciativa privada com o intuito de economizar nos investimentos e promover melhorias nos trechos. Com isso, quer alavancar ainda mais a região leste do Estado.

rota da celulose
MS-395 (Edemir Rodrigues, Governo de MS)

O que prevê cada sistema rodoviário?

MS-040 / MS-338 / MS-395: Implantação de acostamentos e terceiras faixas; contorno rodoviário de Santa Rita do Pardo; dispositivos em nível e em desnível; passagens de fauna; postos de parada e descanso; e posto da PMRv (Polícia Militar Rodoviária Estadual).

BR-262: Implantação de duplicações, acostamentos e vias marginais; terceiras faixas; contornos rodoviários de Água Clara e Ribas do Rio Pardo; dispositivos em nível e em desnível; passagens de fauna; postos de parada e descanso; reforma dos postos da PRF (Polícia Rodoviária Federal); e posto fiscal da Sefaz.

BR-267: Implantação de acostamentos, vias marginais e terceiras faixas; contorno rodoviário de Bataguassu; dispositivos em nível e passagens de fauna; postos de parada e descanso; reforma dos postos da PRF (Polícia Rodoviária Federal); e ampliação e reforma do posto fiscal da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda).

Mato Grosso do Sul como o Vale da Celulose

Mato Grosso do Sul tem o reconhecimento nacional como o “Vale da Celulose”, tendo 24% da produção nacional. O Estado já dispõe da segunda maior área cultivada de eucalipto e o primeiro na produção de madeira em tora para papel e celulose.

Além disso, também ocupa a vice-liderança em área plantada com árvores, ficando atrás apenas de Minas Gerais.

A cadeia produtiva florestal em MS gera mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos. Conta com quatro fábricas de celulose em operação, já tendo iniciado a construção da quinta — da Arauco, em Inocência — e confirmada a sexta (Bracell).

Os deputados estaduais também aprovaram recentemente a criação do “Vale da Celulose”, que abrange 11 municípios impulsionados pela cadeia produtiva. O Projeto de Lei 12 de 2025 é de autoria do deputado Pedro Caravina (). O ‘Vale’ abrange os municípios de Água Clara, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Brasilândia, Inocência, Nova Alvorada do Sul, Paranaíba, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Três Lagoas.

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