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Política

Filme Premonição? Usuários do Consórcio relatam ‘terror’ com ônibus pegando fogo, remendos e goteiras

Cerca de 40 passageiros dos ônibus participaram de oitiva de audiência na CPI do Consórcio
Dândara Genelhú, Thalya Godoy -
SUPERLOTAÇÃO CONSÓRCIO PREMONIÇÃO FOGO
Usuários tiveram momento na CPI. (Madu Livramento, Midiamax)

Roda pegando fogo, parte articulada remendada com fita, goteiras, ferrugem e sujeira são algumas das características dos ônibus do Consórcio Guaicurus citadas pelos usuários do transporte público. Com a superlotação e falta de ar-condicionado, o cenário poderia ser usado em algum filme de Premonição, do gênero terror. A sugestão é de autoria de Gabriel Rodrigues, que participou de oitiva na CPI do Consórcio nesta quarta-feira (25).

Com participação de usuários no plenário da Câmara de e no Centro da cidade, cerca de 40 passageiros do denunciaram o Consórcio nesta quarta-feira (25).

Na audiência, citou arrecadação bilionária do Consórcio e que “é um absurdo que não conseguem trocar a frota”. Assim, relatou aos vereadores que se preocupa com a integridade física quando utiliza o transporte coletivo.

Rodrigues lembrou que já pegou o 080 sanfonado que estava com fita na parte articulada. “Se fizesse uma curva, poderia rasgar”, apontou. Então, sugeriu que os ônibus poderiam ser cenário de filme de terror. “Filme premonição, a gente vai todo mundo de arrasta para cima”, criticou.

Ônibus do Consórcio Guaicurus pega fogo. (Reprodução)

Transporte pega ‘fogo’

O usuário do Consórcio afirmou que passou situação semelhante ao ônibus da linha 124 (Enersul – Santa Felicidade / T. Guaicurus), que pegou fogo na noite de 23 de maio. “Eu já vi, estava sentado numa roda que poderia pegar fogo”, lembrou.

Os momentos de tensão seguiram, já que não houve troca do veículo. “Avisei o motorista sobre o cheiro de fumaça e o motorista disse que se forçasse mais pegaria fogo”, disse.

Direto da Praça Ary Coelho, usuária que mora no Rouxinóis classificou o serviço como “porcaria”. “Não tem amortecedor, não tem preparo nenhum”, disse sobre os veículos do Consórcio.

Ademais, outra passageira que participou em frente ao ponto, citou a falta de higiene nos veículos. “A parte da sujeira me incomoda muito também, às vezes está um pouco grudento”, criticou.

LEIA – Superlotação e falta de acessibilidade expõem desafios de usuários PCDs do Consórcio Guaicurus

O apontamento é atestado por outra oitiva na CPI, já que os ônibus do Consórcio Guaicurus teriam sido higienizados pela última vez em Campo Grande há três meses. Ou seja, não há manutenção de limpeza dos veículos que transportam crianças, idosos, trabalhadores e adolescentes da Capital.

É o que aponta o fiscal aposentado, Luis Carlos Alencar Filho, ouvido em 12 de maio na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus.

SUPERLOTAÇÃO CONSÓRCIO PREMONIÇÃO FOGO
Superlotação ocorre até fora de horário de pico, alertam usuários. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Presidente da Casa defende mais repasses

Paralelo aos depoimentos desta semana, o presidente da Casa sugeriu mais dinheiro aos empresários: “É um dinheiro que possa ser todo mês destinado para o transporte público de Campo GrandePara salvar o transporte do jeito que está, independente de quem é culpado, quem deixou de fazer lá na frente”, justificou o presidente.

Além disso, o presidente da CPI, Lívio Leite (União), afirmou que a população não verá resultados da CPI até o momento. “Na verdade, talvez a população não sinta nesse momento o resultado prático dessa CPI”.

Superlotação

Outro ponto criticado pela usuária é a superlotação. Em diversos momentos, o tema foi abordado na CPI. Contudo, houve confirmação na CPI de que as empresas de ônibus não são multadas pelo excesso de passageiros.

Em depoimento na CPI do Consórcio, o atual diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande), Paulo da Silva, admitiu que não multa ônibus do Consórcio Guaicurus por superlotação. Contudo, disse que a Agência penaliza veículos de passeio com mais passageiros do que a capacidade em Campo Grande.

“Não é pico, não é horário de pico”, destacou a servidora. Assim, a passageira disse que prefere esperar outros veículos em vez de pegar a superlotação e sofrer assédio. “Se você chegar hoje no ônibus, você não sai com menos de 40 minutos. Eu não quero ser encoxada no ônibus, eu pago e pago caro”, disse.

LEIA – PL que cobra ar-condicionado em ônibus do Consórcio Guaicurus volta ao plenário nesta quinta-feira

Ar-condicionado

Além disso, usuários lembraram a falta dos equipamentos que poderiam ‘aliviar’ o calor dentro dos ônibus superlotados. Com TEA (Transtorno do Espectro Autista), Joshua faz uso diário do transporte coletivo.

Logo, apontou que a falta do ar-condicionado esbarra na acessibilidade também. “Para quem tem hipersensibilidade é horrível”, disse o jovem.

Outro usuário apontou que os ônibus cheios aliados ao calor causam falta de ar. “Aperto total”, disse sobre a situação.

Enquanto o Consórcio Guaicurus cria empecilhos para instalação de ar-condicionado nos ônibus que circulam em Campo Grande, cidades do interior de Mato Grosso do Sul já vivem o conforto. Diretor de operações das empresas disse, na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que a temperatura corporal e pontos não climatizados impedem o investimento para conforto dos usuários.

Encaminhamentos

Após a oitiva com audiência e participação da população, os vereadores da CPI apontaram encaminhamentos. Entre eles, requerimentos aprovados já na sessão.

Então, confira a lista citada pelos parlamentares:

  • Retirada de linhas aos finais de semana
  • Falta de segurança nos terminais e pontos de ônibus
  • Rampa para cadeirantes nos pontos de ônibus
  • Atraso e superlotado
  • Elevadores com defeito
  • App que não funciona
  • Ônibus fantasma
  • Falta de seguro civil para usuário
  • Terminais sujos com equipe limitada de limpeza
  • Renovação dos articulados (onde estão os articulados?)
  • Fiscais que não passam informações ou não existem
  • Transporte alternativo
  • Falta de abrigo nos pontos de ônibus
  • Falta de reforço
  • Melhoria no reforço
  • Ônibus sucateado
  • Ônibus velho
  • Falta de qualificação para atender usuários, especialmente PCDs

Por fim, estiveram presentes na sessão da CPI, a relatora Ana Portela (PL) e os membros Luiza Ribeiro (PT), Coringa (MDB) e Maicon Nogueira (PP). O presidente do colegiado, Lívio Leite (União), não participou do encontro. A justificativa repassada pelos colegas foi de atraso em cirurgia.

Saiba mais sobre a audiência pública da CPI do Consórcio Guaicurus

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