O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acompanhou na noite desta segunda-feira (28), por videochamada, uma mobilização de apoiadores liderados pelo deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) em Dourados. Os manifestantes voltaram a fazer adesivaço pedindo impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em registros nas redes sociais, Rodolfo mostra o momento em que transmite ao ex-presidente, que está impedido de acessar as redes sociais e sair de casa após às 19h por ordem de Moraes, o movimento realizado no cruzamento das avenidas Presidente Vargas e Weimar Gonçalves Torres, na segunda maior cidade do Estado.
Ao Jornal Midiamax, o parlamentar contou que a ligação era para tratar dos manifestos de 3 agosto, momento que foi oportunidade para compartilhar com o ex-presidente a mobilização de ‘esquenta’ da mobilização nacional.
No sábado, a esposa do deputado douradense, a vice-prefeita Gianni Nogueira, do PL, também encabeçou mobilização semelhante no mesmo cruzamento. Vestida com camiseta da Seleção Brasileira, ela adesivou carros, segurou faixas e gritou palavras de ordem em defesa de Bolsonaro e contra Moraes e Lula.
Nesta segunda-feira, foi a vez do marido, deputado federal presidente da Comissão de Agricultura na Câmara dos Deputados em Brasília, endossar o manifesto e levar para as ruas o pedido de anistia a Bolsonaro e enfrentamento ao que chamam de ‘ditaduta’ sob os processos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes.
Manifestação nacional
As ações registradas em Campo Grande e Dourados desde a quinta-feira marcam as vésperas de um ato agendado para o dia 3 de agosto, que deve mobilizar apoiadores do líder bolsonarista em todo o país.
Segundo o convite que circula nas redes sociais, serão realizados carreata, motociata e buzinaço. A concentração em Dourados acontece a partir das 15h no Parque Antenor Martins, enquanto na Capital, a mobilização ocorre na Praça do Rádio, a partir das 10h, com buzinaço.
Metas pró-Bolsonaro
O PL (Partido Liberal) definiu três metas pró-Bolsonaro nesta semana. Entre elas, estão mobilizações pelo país a favor do ex-presidente. Em Campo Grande, estão previstas uma série de outras manifestações até 3 de agosto, quando deve ocorrer o buzinaço.
Outra pauta que o partido de Bolsonaro definiu como prioridade da Bancada Federal, após recesso, será defender a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Em coletiva de imprensa, o líder do PL na Câmara dos Deputados Federais, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a PEC 333 será outro ponto de trabalho dos políticos.
O texto prevê o fim do foro especial por prerrogativa de função no caso dos crimes comuns. A intenção é colocá-la em discussão no Congresso Nacional.
Operação mira Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo, na última sexta-feira (18), de uma operação da Polícia Federal determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Bolsonaro terá de usar tornozeleira eletrônica e, segundo apurou o UOL, foi à superintendência da PF em Brasília com carro próprio, para colocar o dispositivo. A decisão também impõe restrições, incluindo:
- Proibição de contato com outros réus e investigados, como seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e atua como elo com o ex-presidente Donald Trump;
- Recolhimento domiciliar das 19h às 7h e nos fins de semana;
- Proibição de comunicação com embaixadores e diplomatas estrangeiros;
- Impedimento de acesso a redes sociais;
- Restrição de aproximação de embaixadas — em novembro de 2024, Bolsonaro afirmou que se sentia perseguido e cogitava pedir refúgio em embaixada caso houvesse ordem de prisão.
A operação foi autorizada após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências de Bolsonaro, em Brasília e no Rio de Janeiro, além da sede do PL.
As suspeitas são de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.
A defesa do ex-presidente divulgou nota dizendo que ele “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas” e que “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”. O partido ainda não se manifestou oficialmente.
Durante a ação, os agentes apreenderam cerca de US$ 14 mil na casa do ex-presidente, em Brasília. A investigação apura se o valor poderia ser utilizado em uma eventual tentativa de fuga. As medidas fazem parte da PET nº 14129, em andamento no Supremo Tribunal Federal.
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