Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão mobilizados neste sábado, 26 de julho, em Campo Grande e Dourados, manifestando contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles também apelam por anistia aos condenados na investigação dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.
Em Campo Grande, faixas foram extendidas no viaduto de cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua Ceará, incentivando buzinas entre motoristas favoráveis ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, recordista em protocolos de afastamento no Senado. Mensagens de “Reaja Brasil” e “Anistia Já” também marcam o cruzamento das vias.
Segundo o vereador Rafael Tavares (PL), que na quinta-feira (24) liderou ao lado da correligionária Ana Portela um adesivaço na Afonso Pena com os mesmos dizeres deste sábado, na próxima segunda uma nova mobilização com distribuição de adesivos deve acontecer em outro ponto da Capital.

Dourados
Em Dourados, a vice-prefeita e pré-candidata ao Senado pelo PL, Gianni Nogueira, esposa do deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), lidera mobilização de adesivaço e buzinaço em um dos principais cruzamentos da cidade, na Avenida Presidente Vargas com a Avenida Weimar Gonçalves Torres.
“Estamos adesivando os carros e gritando fora Moraes, fora Lula. Chega de censura, nós queremos um Brasil livre, uma Dourados livre. Esse movimento está ganhando força. As pessoas não aguentam mais ser censuradas. As pessoas estão vendo o que está acontecendo no Brasil, isso é importante, esse ambiente, chegar na casa de cada um”, afirmou ao Midiamax.
O vereador Sargento Prates acompanha a correligionária. “O que a gente pede é uma política transparente, uma política limpa, sem um mandato autoritário, e que a democracia possa prevalecer”, defendeu.

Manifestação nacional
As ações registradas em Campo Grande e Dourados desde a quinta-feira marcam as vésperas de um ato agendado para o dia 3 de agosto, que deve mobilizar apoiadores do líder bolsonarista em todo o país.
Segundo o convite que circula nas redes sociais, serão realizados carreta, motociata e buzinaço. A concentração em Dourados acontece a partir das 15h no Parque Antenor Martins, enquanto na Capital, a mobilização ocorre na Praça do Rádio, a partir das 10h, com buzinaço.
Metas pró-Bolsonaro
O PL (Partido Liberal) definiu três metas pró-Bolsonaro nesta semana. Entre elas, estão mobilizações pelo país a favor do ex-presidente. Em Campo Grande, estão previstas uma série de outras manifestações até 3 de agosto, quando deve ocorrer o buzinaço.
Outra pauta que o partido de Bolsonaro definiu como prioridade da Bancada Federal, após recesso, será defender a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Em coletiva de imprensa, o líder do PL na Câmara dos Deputados Federais, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a PEC 333 será outro ponto de trabalho dos políticos.
O texto prevê o fim do foro especial por prerrogativa de função no caso dos crimes comuns. A intenção é colocá-la em discussão no Congresso Nacional.
Operação mira Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo, na última sexta-feira (18), de uma operação da Polícia Federal determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Bolsonaro terá de usar tornozeleira eletrônica e, segundo apurou o UOL, foi à superintendência da PF em Brasília com carro próprio, para colocar o dispositivo. A decisão também impõe restrições, incluindo:
- Proibição de contato com outros réus e investigados, como seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e atua como elo com o ex-presidente Donald Trump;
- Recolhimento domiciliar das 19h às 7h e nos fins de semana;
- Proibição de comunicação com embaixadores e diplomatas estrangeiros;
- Impedimento de acesso a redes sociais;
- Restrição de aproximação de embaixadas — em novembro de 2024, Bolsonaro afirmou que se sentia perseguido e cogitava pedir refúgio em embaixada caso houvesse ordem de prisão.
A operação foi autorizada após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências de Bolsonaro, em Brasília e no Rio de Janeiro, além da sede do PL.
As suspeitas são de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.
A defesa do ex-presidente divulgou nota dizendo que ele “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas” e que “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”. O partido ainda não se manifestou oficialmente.
Durante a ação, os agentes apreenderam cerca de US$ 14 mil na casa do ex-presidente, em Brasília. A investigação apura se o valor poderia ser utilizado em uma eventual tentativa de fuga. As medidas fazem parte da PET nº 14129, em andamento no Supremo Tribunal Federal.
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