Pular para o conteúdo
Política

Após reprovação e embate com suplente, vereador tem contas de campanha aprovadas com ressalvas

Justiça Eleitoral reformou a sentença e aprovou com ressalvas as contas de campanha do vereador Jean Ferreira (PT)
Thalya Godoy -
Compartilhar
Jean Ferreira, do PT (Nathalia Alcântara, Midiamax)

A Justiça Eleitoral reformou a prestação das contas eleitorais do vereador de Campo Grande, Jean Ferreira (PT), passando de desaprovadas para aprovadas com ressalvas. A decisão do juiz e relator Fernando Nardon Nielsen consta no Diário Oficial do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral), desta quarta-feira (19).

O vereador teve as contas de campanhas reprovadas porque houve atraso na entrega dos relatórios financeiros; omissão de gastos eleitorais e uso de dinheiro próprio na campanha sem que tivessem sido declarados no Registro de Candidatura. Conforme o DivulgaCand, Jean Ferreira injetou R$ 20 mil na própria campanha, o que corresponde a 16,6% do valor total de R$ 122.375,26 gastos para obter os 3.768 votos. 

Mesmo com as contas de campanha reprovadas, o vereador pôde ser diplomado e empossado no cargo enquanto aguardava a decisão sobre o recurso. A Justiça Eleitoral só impediria a investidura no cargo caso o petista não prestasse contas. 

Contudo, o imbróglio motivou o colega de partido, o ex-vereador Ayrton Araújo (PT), a entrar na Justiça para pedir a cassação do diploma de Jean Ferreira, na esperança de ficar com a vaga. Porém, o suplente do PT desistiu da ação semanas depois. 

Aprovação com ressalvas

A Procuradoria Regional Eleitoral já havia se manifestado a favor de reformar a sentença e aprovar as contas de campanha com ressalvas, o que foi acompanhado pelo juiz de segundo grau. 

Na decisão, foi apontado que o atraso de 19 dias no envio da documentação não impedira a efetiva fiscalização das receitas, “tampouco se verificou a intenção de ocultar valores”.

Além disso, o vereador explicou que os R$ 20 mil eram parte da herança de uma tia que faleceu em julho de 2024, o que o juiz considerou que “restou amplamente comprovada a origem dos valores, afastando qualquer indício de ilicitude ou de omissão deliberada de patrimônio”. 

Já sobre a omissão de gastos, a defesa do vereador explicou que os comprovantes do impulsionamento de conteúdo nas redes sociais foram apresentados na prestação de contas mais tarde por causa do sistema da plataforma. “O exame dos autos revela que tais gastos foram, de fato, devidamente incluídos na prestação de contas, ainda que com metodologia diversa da utilizada pela Justiça Eleitoral para aferição dos registros”, considerou o juiz.

Diante disso, o magistrado decidiu por aprovar as contas de campanha com ressalvas. “Assim, não obstante a inobservância da norma de regência da prestação de contas, as contas devem ser aprovadas com ressalvas, diante da inexistência de falhas que comprometem sua regularidade”, finalizou. 

Vereador do Avante aguarda decisão

leinha
Leinha teve contas reprovadas e aguarda decisão do recurso. (Reprodução, Redes Sociais)

Wilton Celeste Candelorio, conhecido como Leinha (Avante), foi outro vereador de Campo Grande que também teve as contas de campanha reprovadas porque usou dinheiro próprio na campanha sem declarar no Registro de Candidatura.

No caso do candidato do Avante, o valor apontado como irregular pela Justiça Eleitoral chega a R$ 9 mil, o que corresponde a mais de dois terços (69%) dos recursos arrecadados na campanha. Leinha declarou ter gasto, ao todo na campanha, R$ 13 mil. Ele obteve 3.167 votos.

O Midiamax procurou a defesa do vereador. O advogado Vinicius Monteiro Paiva explicou que ainda não foi intimado de pauta de julgamento ou decisão monocrática. Ele espera que, diante da decisão favorável ao outro vereador, o cliente também tenha uma resposta positiva. 

“O ponto de contato entre ele [Jean] e o Leinha foi julgado de maneira muito favorável ao meu cliente. De fato, o julgador compreendeu a forma correta de interpretação da resolução e seguiu o entendimento do TSE. No caso do Jean, veio uma aprovação com ressalvas por questões que não ocorrem na prestação do Leinha. Esperamos que o TRE siga o mesmo entendimento no nosso processo”, afirmou. 

Outro ponto em comum de Leinha e Jean é que o primeiro suplente do Avante, Denis Pereira Da Silva, também tenta a cassação do diploma do vereador por ter tido as contas de campanha reprovadas. A ação aguarda decisão na Justiça Eleitoral. 

💬 Fale com os jornalistas do Midiamax

Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?

🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O sigilo é garantido por lei.

✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados