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Política

Após perder eleição, Reinaldo volta a processar adversário político que o chamou de corrupto

Após candidato do PSDB perder eleição, ex-governador moveu ação contra tio do prefeito eleito em Itaporã
Celso Bejarano -
Ex-governador Reinaldo Azambuja (Arquivo, Jornal Midiamax)

Ex-governador de , Reinaldo Azambuja, 61, do , moveu uma interpelação judicial criminal com pedido de explicações contra José Maria Carbonaro, 69, por este chamá-lo de corrupto. Episódio ocorreu na cidade de Itaporã, a 222 km de , perto de , no período de eleição municipal em outubro passado. Carbonaro é tio de Tiago Carbonaro, do PP, que venceu a prefeitura contra o concorrente apoiado por Azambuja, Roberto Marsura, do PSDB.

O ex-governador já havia processado o ex-vereador em Campo Grande, Tiago Vargas, do PP, também porque o xingou de “corrupto”. Neste caso, o desfecho do processo movido por Azambuja arruinou a vida do parlamentar.

Vargas foi exonerado do cargo de investigador da Polícia Civil. Ainda vereador, venceu as eleições para deputado estadual, mas não pode assumir a vaga pelas ofensas disparadas.

O ex-vereador teve a candidatura à reeleição impugnada no ano passado. E, para piorar, Tiago chegou a ganhar cargo comissionado na prefeitura de Campo Grande, mas não pode assumir, já que está inelegível por oito anos.

Tio relembrou prisão de filho do ex-governador em discurso

Diz a apelação do ex-governador, conduzida pelo escritório Márcio Sandim Advogados, que Reinaldo Azambuja fez um discurso em Itaporã pedindo votos ao candidato de seu partido, Roberto Marsura.

Ainda segundo trecho do pedido de explicações, “chegou ao conhecimento do INTERPELANTE [Reinaldo] que na data de 22 de setembro de 2024, por volta das 10h09min, através do grupo denominado “Juntos com Tiago e Edilson”, no aplicativo WhatsApp, daquela cidade de Itaporã-MS, o Sr. JOSÉ MARIA CARBONARO, ORA INTERPELADO, por meio do celular, com claro dolo de difamar e injuriar o INTERPELANTE, proferiu o seguinte discurso:

Bom dia pessoal, nunca falei nesse grupo, mas vou falar. Esse vagabundo desse Reinaldo Azambuja, vagabundo, ladrão, sem vergonha! Entendeu? Mas não foi filho, filho da família que foi preso, entendeu, por não. Não foi a família do Carbonaro que foi preso por isso não, tá? Esse vagabundo tem que olhar isso aí, ele é um bandido corrupto, entendeu? Não tem caráter, não tem moral pra falar da família Carbonaro, entendeu? Ele tá desesperado porque sabe que se entrar Roberto Marsula [apoiado por Reinaldo, que perdeu o certame] eles vão fazer o que eles querem, entendeu?

azambuja
Imagem anexada ao processo. (Reprodução)

Filho do ex-governador Reinaldo Azambuja, Rodrigo Souza e Silva ficou preso por cinco dias após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) deflagrar a Operação Vostok, em 2018. Na época, o aposentado Luiz Carlos Vareiro, 61 anos, afirmou que teria sido contratado por Rodrigo para roubar propina de R$ 300 mil e executar o corretor de gado José Ricardo Gutti Gumari, o ‘Polaco’. No entanto, a Justiça rejeitou denúncia contra Rodrigo.

Ex-apoiador do tucano, Carbonaro disparou contra Bolsonaro

No meio do discurso contra o ex-governador, Carbonaro disse que nos últimos 16 anos foi apoiador de Reinaldo, ex-prefeito da cidade de Maracaju, ex-deputado estadual, federal e governador por duas gestões.

Sobrou até para o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, hoje aliado político de Azambuja, os ataques disparados pelo tio do prefeito eleito, via WhatsApp.

Bolsonaro foi um covarde também, que quando nós ficamos embaixo das barracas aí, ele devia ter sido homem e falado “vamos pra cima”, entendeu? Ele se covardeou com nós, entendeu? Então não é a toa que agora o Bolsonaro tá mostrando as manguinha de fora, tá mostrando as manguinha de fora quem ele é, entendeu? É isso aí gente, é uma barbaridade, uma barbaridade. Um absurdo isso aí, entendeu? Mas um dia nós vamos ver quem vai rir por último, vamos ver quem vai rir por último. Falou pessoal? Me desculpa aí do meu desabafo, mas é uma realidade tá.

No caso, o tio confidenciou ter participado ativamente dos movimentos deflagrados por seguidores de Bolsonaro, aqueles tidos como tentativa de golpe e que pôs, até agora, na cadeia, generais do Exército ligados ao ex-presidente.

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Defesa de Carbonaro diz que Reinaldo fez discurso com alusão à família do adversário

Na defesa de Carbonaro, tocada por Pedro Henrique de Deus, Advogados Associados, em certo trecho da petição, é dito:

“Ocorre que as falas do Interpelado [Carbonaro] devem ser analisadas à luz do contexto em que foram proferidas, sendo certo que o período eleitoral é histórica e notoriamente marcado por acirramento de opiniões e discursos inflados por paixões políticas”.

Continua se defendendo o tio:

“No caso concreto, é importante salientar que a época dos fatos, o sobrinho do Interpelado, Tiago Tavares Carbonaro, era candidato a prefeito de Itaporã, e que dias antes da suposta ofensa, o Interpelante havia insinuado, em comício do adversário, referências que poderiam ser interpretadas como alusões à família do Interpelado, conforme admitido no próprio pedido inicial, inclusive com a juntada dos vídeos”.

A defesa fez outro apelo:

“Por outro lado, a liberdade de expressão é um princípio constitucionalmente assegurado pelo artigo 5º, inciso IV, da Constituição Federal, sendo essencial ao Estado Democrático de Direito. Nesse sentido, a manifestação de opiniões, especialmente em ambiente político, deve ser protegida, salvo nos casos em que se demonstrar inequívoca a intenção de difamar ou caluniar”.

Por fim, arremata Carbonaro, com pedido de arquivamento da questão:

“Diante do exposto, requer-se que Vossa Excelência se digne a considerar as explicações ora apresentadas, reconhecendo a inexistência de dolo na manifestação do Interpelado, com o consequente arquivamento dos autos e a falta de justa causa para eventual oferecimento de queixa-crime”.

Reinaldo pede explicações sobre termos usados no discurso

“Alguns pontos do áudio que é de autoria do INTERPELADO [José Maria Carbonaro] configuram graves atos difamatórios e injuriosos que merecem ser esclarecidos. Importante verificar qual a fonte de referidas informações e quais as provas possui o INTERPELADO a respeito dessas acusações que fez, dada a gravidade que lhe é ínsita”.

A defesa do ex-governador pôs em negrito, na petição, palavras ditas por Carbonaro e questionou seus significados:

Esse vagabundo desse Reinaldo Azambuja,
vagabundo, ladrão, sem vergonha!
Mas não foi filho, filho da família que foi preso, entendeu, por corrupção não
Esse vagabundo tem que olhar isso aí
ele é um bandido corrupto, entendeu?
Não tem caráter, não tem moral para falar da família
“.

Candidatos apoiados por Reinaldo perderam eleição

Além de Itaporã, candidatos apoiados por Reinaldo perderam também em Campo Grande, em que o deputado federal Beto Pereira (PSDB) sequer conseguiu avançar para o 2º turno. Sob a gestão do ex-governador, o PSDB encolheu após as eleições de 2024, passando de 51 municípios para 44 administrados pelo partido tucano.

Outros municípios em que o PSDB perdeu espaço foram: Anaurilândia, Aral Moreira, Bela Vista, Bodoquena, Caarapó, Cassilândia, Chapadão do Sul, Corguinho, Corumbá, Douradina, Guia Lopes da Laguna, Glória de Dourados, Itaporã, Naviraí, Nioaque, Paranhos e Vicentina.

Recentemente, a Justiça Eleitoral cassou o mandato em Nova Andradina, do eleito e outubro passado Dr. Leandro (PSDB). Assim, na semana passada, o deputado estadual – e ex-prefeito do município, Robero Hashioka (União Brasil), apontou que as eleições na cidade foram marcadas pelo uso indiscriminado das “milícias digitais” do PSDB e parabenizou decisão da Justiça Eleitoral. “As eleições no ano passado foram muito difíceis, foi montado uma organização criminosa, uma quadrilha, uma milícia digital que trabalhou ativamente para desinformar, iludir, enganar o eleitor”, afirmou Hashioka.

Por fim, Hashioka afirmou que “não podemos permitir que fake news, principalmente de órgãos de imprensa, influenciadores que são custeados com recurso público, que são pagos com dinheiro do povo”. Para o deputado, os grupos “estão aí para fazer campanha eleitoral não equânime, mas de forma parcial, combatendo aqueles que não têm o poder da máquina”.

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