VÍDEO: Citados em investigação, vereadores questionam comissão processante contra Vanda Camilo

Parlamentares são citados como recebedores de dinheiro do grupo criminoso liderado por Claudinho Serra

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Os vereadores Gringo e Gabriel Autocar, citados nas investigações (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Os vereadores de Sidrolândia, distante 70 quilômetros de Campo Grande, citados na investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) questionaram nesta terça-feira (16) o pedido de abertura de uma comissão processante contra a prefeita Vanda Camilo (PP).

Otacir Pereira Figueiredo (PP) e Izaqueu de Souza Diniz, o Gabriel Autocar (Patriota) são citados na investigação do Gecoc como parlamentares que receberiam dinheiro do grupo criminoso, liderado pelo ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia e vereador de Campo Grande, Claudinho Serra, preso na terceira fase da Operação Tromper.

Presidente da Casa, vereador Otacir, o Gringo (PP) disse antes do início da sessão que ficou sabendo que o pedido será protocolado após ver o assunto nas redes sociais. “Não foi nem formalizado ainda. Temos que analisar com muita cautela. Não tem nada concreto em relação à prefeita”, comentou.

Sobre ser citado na operação, o vereador disse que a vida dele é um livro aberto. “Isso que fui citado eu mesmo comentei já. Não tenho envolvimento nenhum. Temos que ter paciência e aguardar o desenrolar”.

Gabriel Autocar ironizou o pedido de abertura de investigação na Casa de Leis contra a prefeita. “Não estou nem sabendo ainda. Vai ter? Misericórdia”, disse.

Questionado se votaria contra ou a favor da abertura da comissão, o vereador disse. “Depende. Tudo depende. Eu não estou nem sabendo. Por quê? Por qual motivo vai abrir?”, respondeu.

A população se mobiliza e acompanha a sessão desta terça na Casa de Leis da cidade.

Escândalos de corrupção

A Prefeitura de Sidrolândia está envolvida em escândalos após a deflagração da Operação Tromper, que investiga possíveis fraudes de corrupção na gestão municipal.

O genro da prefeita, vereador Claudinho Serra (PSDB), foi preso no dia 3 de abril, acusado de ser o suposto mentor do esquema criminoso que desviava recursos públicos na época em que foi secretário de Fazenda.

Em outubro do ano passado, também em decorrência da Operação Tromper, o relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), pedia abertura de Comissão Processante por irregularidades e indícios de improbidade administrativa.

O relatório apontava indícios de ilegalidades em três contratos. Havia suspeita de dano ao erário, direcionamento e obras contratadas que não foram executadas.

Apesar do relatório, Vanda escapou de investigação por ter, à época, maioria dos vereadores na sua base de apoio na Câmara.

Vereador preso

Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB) foi preso após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de corrupção, durante a terceira fase da Operação Tromper.

O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo.

Ele foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.

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