Vereadores debatem saúde mental de agentes de segurança de Campo Grande após tragédias 

Os vereadores também fizeram moção de pesar em nome dos agentes que morreram

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Foto (Nathalia Alcântara, arquivo Jornal Midiamax)

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (23), na Câmara de Vereadores de Campo Grande, levantou-se o assunto sobre a saúde mental de agentes de segurança em Mato Grosso do Sul, após, neste fim de semana, serem registrados dois casos de morte de servidores da área.

Na manhã deste domingo (21), o GCM (Guarda Civil Metropolitano) Josué Antônio Teodoro foi encontrado sem vida pela esposa. O sogro informou no boletim de ocorrência que, por volta das 5h, Josué tinha o costume de soltar os cães pela casa. O idoso ressaltou que o agente estava afastado das atividades após sofrer um acidente e quebrar as costelas.

Um pouco antes, na noite de sábado (20), o capitão do Choque Leonardo Luis Mense Rodrigues, de 35 anos, também foi encontrado morto em casa, no bairro Mata do Jacinto. Atualmente, o militar era comandante da Rotac (Rondas Ostensivas Táticas e Ações de Choque) e do setor de Relações Públicas do Batalhão de Polícia Militar.

O vereador Coronel Villassanti levou o assunto à mesa, pedindo moção de pesar pela morte do GCM Josué Antônio Teodoro, lembrando que muito pode ser melhorado no que diz respeito ao atendimento psicológico dos profissionais que atuam na segurança pública.

“É possível ter maior acompanhamento. Na Polícia Militar, por exemplo, nós temos o médico da corporação que é psiquiatra, mas acho que o trabalho tem que ser mais intensificado, porque efetivamente são profissionais que convivem com a atenção no dia a dia”, pontuou Villassanti.

O vereador lembrou que muitas vezes a atenção e pressão são inerentes à profissão. “Eles se envolvem muito em litígios, briga de família, desavenças de toda a ordem, porque essa é a função principal desses profissionais. Então, tem que ter um acompanhamento maior, mais de perto, com profissionais da área, da psiquiatria, da psicologia, uma maior valorização profissional, melhores condições de trabalho, uma relação mais próxima com os chefes, uma interação maior, eu acho que é fundamental”, disse.

Em outro momento, o vereador Sandro Benites solicitou moção de pesar pela morte do capitão do Choque Leonardo Luis Mense Rodrigues.

Saúde mental

Jornal Midiamax já havia publicado um artigo sobre o adoecimento mental de servidores da segurança pública. “A tropa está doente, desmotivada e ninguém faz nada”.

Policiais militares de Campo Grande denunciam que estão sendo vítimas de perseguição por parte de seus superiores, principalmente quando o assunto é ‘saúde mental’.

Onde conseguir ajuda

Em Mato Grosso do Sul, há diversos programas de apoio psicológico onde o cidadão pode procurar ajuda.

GAV (Grupo Amor Vida): presta serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise através do telefone: 0800 750 5554 (ligação gratuita) ou pelo e-mail precisodeajuda@grupoamorvida.ong.

Coordenadoria de Atendimento Psicossocial da Polícia Civil (exclusivo para agentes e familiares): conta com equipe multidisciplinar de psicologia, serviço social e capelania. Fazem plantão psicológico e encaminhamentos junto aos planos de saúde. Mais informações pelo telefone (67) 99627-6178.

CVV (Centro de Valorização da Vida): oferece apoio emocional e prevenção do suicídio gratuitamente, todos os dias, pelo telefone 188, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

CAPS (Centros de Atenção Psicossocial): Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), qualquer pessoa pode ir até a uma unidade, onde será acolhida e passa por avaliação do quadro clínico.

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