O coordenador da bancada federal por Mato Grosso do Sul, deputado Vander Loubet (PT), disse neste domingo (18), que candidatura em será avaliada de olho no projeto nacional do Partido dos Trabalhadores.

Em nota, Vander afirma que “todas as decisões sobre os passos do PT na política e nas suas relações com a sociedade sempre foram e serão decididas mediante amplo e democrático processo interno de debate”.

O deputado questionou a decisão do Diretório Municipal em definir a pré-candidatura da deputada Camila Jara. Na nota, Vander afirma que o problema não é o nome definido, mas como a decisão foi tomada.

“A questão, para nós, é outra: a candidatura própria é o único e/ou o melhor caminho para o PT de Campo Grande nas eleições de 2024?”, questionou o deputado.

Confira a nota na íntegra

Todas as decisões sobre os passos do PT na política e nas suas relações com a sociedade sempre foram e serão decididas mediante amplo e democrático processo interno de debate.

Este é o regimento, esta é a cultura dos nossos 44 anos de história. E não será diferente no processo eleitoral que começamos a viver.

Temos um projeto maior, que não se esgotou na disputa presidencial de 2022 e não se esgotará nas eleições municipais deste ano. É preciso criar condições concretas para garantir a afirmação dos objetivos maiores, que são fortalecer a democracia e promover justiça social e econômica.

Essa garantia não é monopólio do PT, bem como das esquerdas, mas de todo o campo que se opõe ou passa a ser opor à negação da democracia.

Apesar de a Executiva Municipal do PT, ou de parte dela, tomar a iniciativa de convocar, intempestivamente, uma coletiva com a imprensa, nomeando as lideranças com mandato que estarão presentes e excluindo os não nominados que também têm mandato popular, não há que se falar em divisão interna. Trata-se de um processo natural de construção da nossa unidade interna. Pensamos e propomos caminhos diferentes. É legítimo debatermos e decidiremos no momento e no fórum próprios. No caso, o Encontro Municipal Eleitoral que a Direção já deveria ter marcado, mas não o fez.

Tudo isso é da história e da essência do PT.

É legitima a decisão do Diretório Municipal em apontar, articular e defender a candidatura própria do PT. Não questionamos. E muito menos temos qualquer questionamento à legitimidade da pré[1]candidata apontada pelo Diretório, a companheira deputada federal Camila Jara, a quem reconhecemos como jovem liderança de grande importância.

A questão, para nós, é outra: a candidatura própria é o único e/ou o melhor caminho para o PT de Campo Grande nas eleições de 2024?

Qual é o centro político da estratégia de candidatura própria que a sustente como a melhor escolha para que o PT cumpra o seu papel e tarefa fundamentais: ampliar os espaços de sustentabilidade do governo Lula?

Nosso melhor destino é a unidade. E o centro dessa unidade é a sustentação política do nosso projeto, hoje no poder com o governo Lula.

Portanto, reafirmamos que para construir a unidade do PT, política e eleitoral, é necessário um amplo e democrático debate, para que se discuta a melhor alternativa de encaminhamento com relação à participação do nosso partido nas eleições de 2024 na Capital e no estado.

Zeca e Vander realizam plenária para debater eleições

Vander e o deputado Estadual irão realizar plenária para discutir as eleições municipais às 18h da quinta-feira (22), no Sintcop (Sindicato dos Trabalhadores na da Construção Pesada do MS).

A convocação para o evento foi divulgada pelo coordenador da bancada federal por Mato Grosso do Sul, deputado Vander Loubet, na última quarta-feira (14). A plenária Conjunta reunirá a RS (Resistência Socialista) e a CNB (Construindo um Novo Brasil) com os deputados Zeca do PT e Vander.

Em nota, o Diretório Municipal do partido afirmou que a “plenária convocada para o dia 22 é uma convocação exclusiva de Zeca e de Vander e não dos Diretórios Municipais ou Regionais do PT”.

Apesar de ter afirmado consenso com o nome da deputada federal Camila Jara para disputar as eleições em Campo Grande, o PT enfrenta divergências internas sobre o apoio à parlamentar. O deputado estadual Zeca afirma que não está fechado o apoio à petista.

Para o ex-governador, o partido tem que reabrir a discussão porque a candidatura de Camila não configura a melhor opção para as eleições, na sua avaliação.

“[Camila] é um grande quadro, mas devemos sintonizar com discurso do presidente Lula para ampliar bancadas de vereadores, prefeitos e vices. É oportuno que o PT, com tranquilidade e respeito, torne possível uma aliança melhor. E a aliança melhor é o nome da Rose Modesto”, afirmou ele em entrevista ao Midiamax.

Outros membros da diretoria do PT seriam contrários ao consenso firmado em torno da petista. A vereadora Luiza Ribeiro (PT) explica que a divergência é natural dentro do partido e que não deve atrapalhar a disputa do PT em Campo Grande.

“É normal que haja divergência dentro de qualquer partido, ela é saudável. Mas nós acreditamos que o nome da Camila é o mais adequado”, comentou.

Pré-candidatura de Camila

O PT (Partido dos Trabalhadores) anunciou no dia 5 de outubro de 2023 a pré-candidatura da deputada federal Camila Jara em uma noite marcada por discussão, disputa por cargos federais em Mato Grosso do Sul e pela não presença dos campeões de votos, como o deputado estadual Zeca do PT e o federal Vander Loubet.

A reunião teve atraso devido a uma reunião e confusão no diretório. No encontro, estavam Camila Jara, a advogada Giselle Marques, que foi candidata ao governo do Estado em 2022. Além da Eugênia Portela de Siqueira, Giselle, Eugênia e a coordenadora do setorial municipal de Educação do PT Campo Grande, Bartolina (Bartô), que não esteve presente no anúncio, chegaram a colocar os nomes como pré-candidatas.

O nome da deputada não é consenso na sigla. Já em setembro, o partido chegou a alugar a Câmara de Campo Grande para a plenária para lançar Jara no evento. Porém, além da deputada federal, a advogada Giselle Marques e a professora Bartolina Catanante prosseguiram com o interesse no pleito pelo Executivo de Campo Grande. Após impasse e reunião nos bastidores da plenária, foi decidida a criação de um ‘projeto de mulheres'.

A plenária contou com a participação dos deputados estaduais Pedro Kemp e Gleice Jane, além da vereadora Luiza Ribeiro. Principais lideranças do MS, o deputado federal Vander Loubet e o deputado estadual Zeca do PT, também não compareceram ao evento.

*Matéria alterada às 21:09 para correção de informação.