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Política

Secretário nega intromissão política de ministério em agenda de Guajajara a Campo Grande

Nota de repúdio de Conselho do Povo Terena foi publicada nesta sexta-feira
Karine Alencar -
Eloy Terena e Sônia Guajajara (Foto: Divulgação)

Após críticas do Conselho do Povo Terena, o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Luiz Eloy Terena, de Mato Grosso do Sul, negou interferências políticas em agenda oficial da ministra Sônia Guajajara, a neste sábado (7).

Segundo ele, os pontos colocados na carta de repúdio não condizem com os fundamentos da agenda oficial da ministra. “Inclusive, os coordenadores do conselho terena foram convidados pela embaixada. Os caciques foram convidados muitos estão vindo para essa agenda, então nós entendemos que é uma agenda positiva institucional em que a ministra vai fazer algumas entregas com o governo do estado e, ao mesmo tempo, vai ter contato com as lideranças indígenas que estão aí fazendo o pleito eleitoral neste ano”, afirmou.

Em nota encaminhada ao Midiamax, Eloy disse, ainda, que a visita será realizada para cumprimento de agenda com o governado do Estado e, na ocasião, será assinado um acordo de cooperação técnica que está sendo construído desde 2023.

“São mais de 150 milhões de reais em investimento para povos indígenas, juntando as ações do Governo Federal e do Governo do Estado. Além disso, uma das pautas também que será tratada é a questão fundiária de Mato Grosso do Sul”, pontuou.

“O presidente Lula veio aqui e reafirmou novamente a necessidade de se pensar um formato de avançar nas terras dos Guarani e Caioá. Então, nós estamos trazendo toda a nossa equipe técnica fundiária para essa reunião. O governo vai estar com a sua equipe também jurídica para participar e nós vamos traçar uma metodologia para reativar novamente aquele diálogo sob opções para a regulação fundiária, especialmente dos Guarani e Caioá. Então é uma pauta bem ampla”, destacou o secretário.

Ele reforça que “aproveitando essa visita oficial, a ministra à noite, no sábado, fora do horário de expediente, vai participar da inauguração da Embaixada Indígena”. “E também vai ser o momento oportuno para apresentar para a ministra 16 pré-candidatos indígenas a vereadores dos municípios de outras regiões”.

Conselho Terena repudia intromissão política de ministério

Na véspera da visita da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a Campo Grande, o Conselho do Povo Terena emitiu nota de repúdio contra supostas interferências político-partidárias no movimento indigenista de Mato Grosso do Sul.

Sônia virá a Campo Grande para inaugurar a Embaixada Indígena, na Rua 14 de Julho. O número dois do ministério, o secretário-executivo Luiz Eloy Terena, que é de Mato Grosso do Sul, também deve participar do ato.

Na nota de repúdio publicada nesta sexta-feira (7), o Conselho do Povo Terena critica as ações do ministério porque, segundo as lideranças, “o movimento dos povos originários em Mato Grosso do Sul e em outros estados do não podem estar tutelados por órgãos do Estado nacional, tampouco serem reféns dos projetos de poder defendidos por quaisquer legendas partidárias ou grupos políticos nelas existentes”.

O conselho critica ações da ministra e do secretário-executivo afirmando que eles “dão a entender” que são o “próprio Estado nacional em carne e osso”.

Além disso, os caciques afirmam que a inauguração da Embaixada Indígena em Campo Grande seria, na verdade, um ato político com objetivo de lançar candidaturas de pessoas que não teriam ligação com o movimento indígena.

Reside no objetivo da entidade chapa-branca querer lançar candidaturas de pessoas que não possuem respaldo político de suas próprias comunidades, tampouco do Conselho do Povo Terena ou de outras entidades tradicionais atuantes no estado”, diz a nota.

O Conselho Terena afirma que futuras candidaturas que teriam apoio da embaixada “buscam tão somente inviabilizar a eleição e a reeleição de vereadores indígenas em vários municípios sulmato-grossenses”.

Os caciques citam, ainda, rusgas envolvendo o secretário-executivo do Ministério. Conforme o conselho, até sumiço de senha de páginas do Facebook e Instagram que, supostamente, teriam ficado em posse de pessoa ligada ao número dois do ministério, demonstram descompasso entre lideranças e o ministério.

No documento, as lideranças defendem a presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Joênia Wapichana. “Ela reiteradamente tem enviado os esforços necessários para atender as nossas reivindicações e as solicitações de outros povos indígenas em Mato Grosso do Sul”.

Ministra inaugura embaixada em Campo Grande

A confirmação da presença da ministra veio através da página oficial da embaixada nas redes sociais, novo espaço cultural em Campo Grande. O espaço será dedicado às lutas, memórias e histórias dos povos indígenas. O local terá sede na Rua 14 de Julho, no Centro.

“É com muita honra e alegria que o nosso palco ancestral receberá essa guerreira, que inspira com toda sua representatividade e história de luta. Sônia é indígena do Povo Guajajara/Tentehar, da TI Arariboia no Maranhão, e desde muito jovem defende os direitos e territórios dos povos originários do Brasil.”

A ministra esteve em Mato Grosso do Sul em novembro, onde participou da Grande Assembleia Aty Guasu em Caarapó.

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