Presidente do PSDB em Anastácio, prefeito diz que não comentará prisão de pré-candidato

Douglas Figueiredo foi preso durante operação do Gaeco que investiga morte do ex-vereador Dinho Vital

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Da esquerda para a direita, prefeito Nildo e ex-prefeito Douglas. (Reprodução)

O presidente municipal do PSDB e prefeito de Anastácio, a 137 km de Campo Grande, Nildo Alves, afirmou que não irá comentar sobre a prisão do ex-prefeito e correligionário, Douglas Figueiredo, na manhã desta sexta-feira (17). Ele foi solto horas após pagar fiança de R$ 15 mil.

A prisão de Douglas Figueiredo ocorreu durante operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que investiga a morte do ex-vereador Dinho Vital, em um suposto confronto com a Polícia Militar após uma confraternização em comemoração aos 59 anos de Anastácio, em 8 de maio. O pré-candidato à prefeitura pelo PSDB estava com uma pistola em casa, além de duas carabinas. 

“Eu estava em viagem e ainda estou em trânsito, só fiquei sabendo da prisão pelos sites de notícias, não sei de fato o que está acontecendo, irei aguardar […] não tenho que emitir nenhuma opinião leviana, acho que a polícia está fazendo o certo. Não vou condenar ninguém e nem absolver”, afirmou o prefeito ao Midiamax

Nildo também negou que Douglas Figueiredo seja um “afilhado” político para disputar a cadeira da Prefeitura de Anastácio nas eleições de 2024. “Ele é um pré-candidato, isso é uma coisa que vai ser discutida na convenção do partido”, pontuou.

“Anastácio em luto”

Sobre a morte do ex-vereador Dinho Vital, o prefeito Nildo Alves disse que a cidade está em luto e falou em respeitar a dor dos familiares. 

“Anastácio está em luto pela morte, não é hora de falar em política, acho que temos respeitar a família enlutada”, afirmou. 

Laudo confirma tiro nas costas de Dinho

As informações do laudo oficial apontam que dois disparos atingiram Dinho no dia 8 de maio. Um teria atingido a região da escápula do ex-vereador e saiu pelo tórax. Já o outro tiro atingiu a barriga de Dinho, local por onde também saiu.

Com isso, ainda há suspeita sobre a tese de que os policiais teriam atirado para desarmar Dinho. O que moradores de Anastácio afirmam que é Dinho foi vítima de uma execução.

Ex-prefeito preso

Quando os agentes cumpriram os mandados de busca e apreensão, encontraram duas carabinas, uma de calibre .38 e outra .22, sem numeração e marca aparente. Além de uma pistola 9mm, com um carregador e 14 munições. O armamento estava escondido em móveis dentro da casa de Douglas.

Dessa forma, ele acabou preso e levado para a delegacia de polícia. Além de Douglas, os policiais envolvidos na morte de Dinho Vital também foram alvos da operação. Por fim, a assessoria do ex-prefeito confirmou que o político é alvo de buscas.

O mandado de busca e apreensão foi expedido pela 1ª Vara da Justiça de Anastácio e assinado pelo juiz Luciano Pedro Beladelli, no fim da tarde desta quinta-feira (16). 

Então, o MPMS (Ministério Público Estadual) solicitou as buscas e as equipes do Gaeco seguiram até a casa de Douglas Figueiredo e dos dois PMs nesta manhã. Foram expedidos três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária.

Nesse sentido, o documento detalha que o objetivo das buscas é “coletar provas relativas à prática de homicídio qualificado, por meio de apreensão de vestígios físicos ou digitais localizados […] quando houver suspeita que contenham material probatório relevante para as investigações”.

Policiais se apresentaram

Após a prisão, o pré-candidato do PSDB foi levado para a DP (Delegacia de Polícia Civil) de Anastácio, onde prestou depoimento e alegou que as armas apreendidas em móveis dentro de casa eram do pai dele – falecido no ano passado –, que morava em uma chácara com a esposa, e tinha o armamento há muitos anos.

Já os policiais militares se apresentaram e foram levados para a Corregedoria. Em contato com o Jornal Midiamax, o advogado de defesa dos policiais, Lucas Rocha, confirmou que os militares se apresentaram espontaneamente. Contra eles havia mandados de prisão temporária, com prazo de 5 dias. 

“Os Policiais Militares apresentaram-se espontaneamente para cumprimento dos mandados de prisões temporárias, pois acreditam e confiam fielmente no Poder Judiciário, e tão breve será elucidado o ocorrido, e assim confirmada as versões dos mesmos, que agiram no estrito cumprimento do dever legal e em clara legítima defesa”, explicou o advogado. 

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