Pular para o conteúdo
Polícia

Pré-candidato do PSDB investigado por envolvimento na morte de ex-vereador em Anastácio paga R$ 15 mil e é solto

Douglas foi preso em flagrante na operação que investiga a morte de Dinho Vital
Lívia Bezerra, Renata Portela -
Compartilhar
À esquerda, Douglas Figueiredo em festa e à direita Dinho Vital durante discussão (Foto: Reprodução)

O pré-candidato do PSDB, Douglas Melo Figueiredo, acusado de envolvimento na morte do ex-vereador Dinho Vital, em Anastácio, a 135 quilômetros de Campo Grande, e preso durante uma operação, foi solto após pagar fiança de R$ 15 mil na tarde desta sexta-feira (17).

Douglas foi preso na manhã desta sexta, após equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) encontrarem uma pistola e duas carabinas escondidas nos móveis da casa do político. 

O Gaeco esteve na cidade para realizar uma operação, no âmbito das investigações sobre a morte do ex-vereador Dinho Vital, ocorrida no dia 8 de maio, na BR-262, em Anastácio, após um suposto confronto com a PM (Polícia Militar). Na ocasião, dois policiais envolvidos foram presos temporariamente. 

Nesta sexta , a defesa de Douglas, representada pelo advogado Gustavo Pellicioni, entrou com pedido de habeas corpus para conceder a liberdade do cliente sem pagamento de fiança. 

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) já havia dado parecer favorável para a liberdade mediante pagamento de fiança e, no fim da tarde, o Judiciário acatou o pedido aplicando fiança de R$ 15 mil.

Com isso, Douglas fez o pagamento e foi solto, horas após o flagrante. O MPMS assumiu as investigações sobre o caso nos primeiros dias após o ocorrido e, um dia antes da operação, defesa dos policiais militares chegou a pedir acesso aos autos.

Prisão de pré-candidato do PSDB e policiais

Armas foram apreendidas com Douglas (Divulgação, MPMS)

Douglas Melo Figueiredo foi preso no início da manhã desta sexta em casa. Quando os agentes cumpriram os mandados de busca e apreensão, encontraram duas carabinas, uma de calibre .38 e outra .22, sem numeração e marca aparente. Além de uma pistola 9mm, com um carregador e 14 munições. 

Após a prisão, o pré-candidato do PSDB foi levado para a DP (Delegacia de Polícia Civil) de Anastácio, onde prestou depoimento e alegou que as armas apreendidas em móveis dentro de casa eram do pai dele – falecido no ano passado –, que morava em uma chácara com a esposa, e tinha o armamento há muitos anos.

Já os policiais militares se apresentaram e foram levados para a Corregedoria. Em contato com o Jornal Midiamax, o advogado de defesa dos policiais, Lucas Rocha, confirmou que os militares se apresentaram espontaneamente. Contra eles havia mandados de prisão temporária, com prazo de 5 dias. 

“Os Policiais Militares apresentaram-se espontaneamente para cumprimento dos mandados de prisões temporárias, pois acreditam e confiam fielmente no Poder Judiciário, e tão breve será elucidado o ocorrido, e assim confirmada as versões dos mesmos, que agiram no estrito cumprimento do dever legal e em clara legítima defesa”, explicou o advogado. 

Laudo confirma tiro nas costas de Dinho

As informações do laudo oficial apontam que dois disparos atingiram Dinho no dia 8 de maio. Um teria atingido a região da escápula do ex-vereador e saiu pelo tórax. Já o outro tiro atingiu a barriga de Dinho, local por onde também saiu.

Com isso, ainda há suspeita sobre a tese de que os policiais teriam atirado para desarmar Dinho. O que moradores de Anastácio afirmam que é Dinho foi vítima de uma execução.

Depoimentos contam outra versão

Inicialmente os depoimentos dos policiais apenas indicavam uma abordagem a Dinho após a briga na festa e os disparos, supostamente para desarmar o ex-vereador. Na Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), a versão mudou.

Valdeci Alexandre da Silva Ricardo confirmou que é amigo de Douglas, ex-prefeito de Anastácio e pré-candidato pelo PSDB, com quem Dinho teve uma briga na festa de aniversário da cidade.

Então, relatou que estava na festa como convidado quando houve a briga e Dinho chegou a bater em uma pessoa. Com isso o ex-vereador foi embora e em seguida também o ex-prefeito, o prefeito da cidade e outras testemunhas.

No entanto, Dinho teria retornado e pessoas da festa começaram a falar que havia uma pessoa armada na entrada da chácara onde ocorria o evento. Valdeci afirmou que foi com Bruno verificar o que ocorria, de carro.

Assim, viram o veículo parado nas margens da estrada e pararam atrás. Dinho estava na parte traseira do veículo e teria ido para o lado, onde se agachou. Então, Valdeci alega que neste momento percebeu o ex-vereador pegando uma arma de fogo.

Os policiais teriam dito “polícia, polícia”, mas segundo eles Dinho foi para cima do veículo com a arma em mãos, quando os militares fizeram os disparos. Dinho ainda correu para a parte da frente do carro para fugir dos tiros, onde foi depois encontrado caído e já sem vida.

A princípio não há registro de que disparo tenha sido feito por Dinho. No registro policial na delegacia não há relato de que os militares pararam com o carro atrás do ex-vereador, nem de que ele teria ido para a parte da frente do veículo.

O que o registro diz é que Dinho teria ido ‘para trás’ do carro. Também no boletim de ocorrência o relato era de que quando os policiais chegaram Dinho já estava fora do carro e armado, quando foi feita a abordagem, não que ele se abaixou e então pegou a arma.

Já Bruno Cesar Malheiros dos Santos conta que estava na festa como convidado, mas também trabalhando como técnico de som para a dupla de amigos que cantou no evento. O resto da versão condiz com o relatado por Valdeci.

Porém, Bruno alega que não é amigo de Douglas. Ele também conta que fez o primeiro disparo após ouvir o barulho de um tiro, mas não disse se esse tiro era de Dinho ou do amigo, Valdeci.

Os dois militares confirmaram que beberam na festa e negaram que faziam segurança para Douglas, o que era dito por moradores da cidade. Testemunhas também negaram a informação do serviço de segurança particular.  

Policiais foram afastados

Conforme o advogado, os policiais passaram pelo setor psicológico da PMMS e por estarem abalados acabaram afastados.

Ainda de acordo com Rocha, os militares se colocaram à disposição do Ministério Público de Anastácio, também do Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) do MPMS, e da Polícia Civil de Anastácio para esclarecimentos.

Assim, os policiais foram ouvidos na Corregedoria, que abriu um inquérito para apurar a ação dos militares.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados