Na véspera de agenda com Guajajara, Conselho Terena repudia intromissão política de ministério
Ministra dos Povos Indígenas vem a Campo Grande para inaugurar embaixada
Aliny Mary Dias –
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Na véspera da visita da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a Campo Grande, o Conselho do Povo Terena emitiu nota de repúdio contra supostas interferências político-partidárias no movimento indigenista de Mato Grosso do Sul.
Sônia virá a Campo Grande para inaugurar a Embaixada Indígena, na Rua 14 de Julho. O número dois do ministério, o secretário-executivo Luiz Eloy Terena, que é de Mato Grosso do Sul, também deve participar do ato.
Na nota de repúdio publicada nesta sexta-feira (7), o Conselho do Povo Terena critica as ações do ministério porque, segundo as lideranças, “o movimento dos povos originários em Mato Grosso do Sul e em outros estados do Brasil não podem estar tutelados por órgãos do Estado nacional, tampouco serem reféns dos projetos de poder defendidos por quaisquer legendas partidárias ou grupos políticos nelas existentes”.
O conselho critica ações da ministra e do secretário-executivo afirmando que eles “dão a entender” que são o “próprio Estado nacional em carne e osso”.
Além disso, os caciques afirmam que a inauguração da Embaixada Indígena em Campo Grande seria, na verdade, um ato político com objetivo de lançar candidaturas de pessoas que não teriam ligação com o movimento indígena.
“Reside no objetivo da entidade chapa-branca querer lançar candidaturas de pessoas que não possuem respaldo político de suas próprias comunidades, tampouco do Conselho do Povo Terena ou de outras entidades tradicionais atuantes no estado”, diz a nota.
O Conselho Terena afirma que futuras candidaturas que teriam apoio da embaixada “buscam tão somente inviabilizar a eleição e a reeleição de vereadores indígenas em vários municípios sulmato-grossenses”.
Os caciques citam, ainda, rusgas envolvendo o secretário-executivo do Ministério. Conforme o conselho, até sumiço de senha de páginas do Facebook e Instagram que, supostamente, teriam ficado em posse de pessoa ligada ao número dois do ministério, demonstram descompasso entre lideranças e o ministério.
No documento, as lideranças defendem a presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Joênia Wapichana. “Ela reiteradamente tem enviado os esforços necessários para atender as nossas reivindicações e as solicitações de outros povos indígenas em Mato Grosso do Sul”.
Ministra inaugura embaixada em Campo Grande
A confirmação da presença da ministra veio através da página oficial da embaixada nas redes sociais, novo espaço cultural em Campo Grande. O espaço será dedicado às lutas, memórias e histórias dos povos indígenas. O local terá sede na Rua 14 de Julho, no Centro.
“É com muita honra e alegria que o nosso palco ancestral receberá essa guerreira, que inspira com toda sua representatividade e história de luta. Sônia é indígena do Povo Guajajara/Tentehar, da TI Arariboia no Maranhão, e desde muito jovem defende os direitos e territórios dos povos originários do Brasil.”
A ministra esteve em Mato Grosso do Sul em novembro, onde participou da Grande Assembleia Aty Guasu em Caarapó.
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