Com a confirmação de novo vereador ocupando mandato-tampão em razão do afastamento de Claudinho Serra (PSDB), as comissões permanentes da Câmara de Campo Grande tiveram novas composições. No entanto, uma chamou a atenção.

Habitualmente, vereadores que substituem colegas que deixam a Casa de Leis de forma definitiva ou temporária, como é o caso de Claudinho, ficam na mesma função ocupada pelo antecessor.

Porém, isso não aconteceu na composição da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar. Claudinho Serra era quem ocupava a vice-presidência desta comissão.

A situação, inclusive, causou saia-justa desde que o tucano foi preso alvo da Operação Tromper, que investiga corrupção na prefeitura de Sidrolândia, comandada por Vanda Camilo (PP), sogra de Claudinho Serra. Claudinho pediu afastamento da Câmara até setembro depois de ficar 23 dias na cadeia.

Com a definição de Gian Sandim como ocupante da cadeira de Claudinho, o vereador não foi alocado na vice-presidência da comissão de ética. O escolhido para a vice-presidência sequer é do PSDB. Beto Avelar, do PP, é quem ocupa agora a função.

Vereadores surpresos com mudança em comissão de ética

A mudança pegou ambos de surpresa. Gian Sandim e Beto foram informados pela reportagem do Jornal Midiamax sobre a mudança. Sandim afirmou que “não teve conversa” a respeito da composição dessa comissão. Vale lembrar que o vereador foi alocado para posições anteriormente ocupadas por Claudinho em outras comissões, confira a lista aqui.

Beto Avelar, novo vice-presidente, se surpreendeu ao ser informado pela reportagem da nova função.

“Eles tinham conversado que iam nomear uma nova pessoa, que o Carlão [presidente], juntamente com os outros membros, iam decidir quem seria esse nome. Eu estou surpreso, mas na mesma forma, surpreso, com alegria”, disse Avelar.

Claudinho Serra deve ficar fora da Câmara até setembro

Setembro, um mês antes das eleições de 2024 que acontecem em outubro, será o limite para o vereador Claudinho Serra (PSDB) voltar a comparecer nas sessões ordinárias da Câmara de Campo Grande. Nesta terça-feira (14), o parlamentar pediu afastamento de 120 dias. Contudo, em abril, ele já havia apresentado um atestado médico de um mês após ficar por 23 dias na cadeia.

Claudinho acabou preso no dia 3 de abril, durante a operação Tromper, suspeito de envolvimento em fraudes de licitações quando ainda era secretário de fazenda na prefeitura de Sidrolândia, distante 70 quilômetros de Campo Grande. No dia 26 do mesmo mês, ele ganhou a liberdade mediante tornozeleira eletrônica.

Ainda em abril, mais especificamente no dia 30, Claudinho apresentou um atestado de um mês, alegando estar ‘abalado psicologicamente’ e, nesta terça-feira, apresentou um afastamento de mais 120 dias para tratar de ‘interesse particular’.