No entardecer da segunda-feira (09), um pequeno grupo de manifestantes se reuniu em frente à Sejuv (Secretaria Municipal da Juventude), na rua 25 de Dezembro, em Campo Grande, para deixar claro o descontentamento com o fechamento da pasta que cuida da Juventude da Capital. Assim, pediram diálogo com a Prefeitura de Campo Grande.
Prometendo um protesto ainda maior na manhã de terça-feira (10), em frente à Câmara de Vereadores, os representantes de grupos da juventude campo-grandense conversaram com o Jornal Midiamax.
Carlos Justino, advogado, disse que trabalha em prol da juventude há muito tempo e que ficou surpreso com a notícia do fechamento da secretaria. “Há muito tempo a gente vem pautando a questão da juventude aqui em Campo Grande e a gente não pode aceitar que uma secretaria que teve um desempenho significativo com a juventude aqui de Campo Grande, fazendo um trabalho que deu exemplo para o estado de Mato Grosso do Sul, agora se abra mão”, resumiu.
Ele ainda deixou claro que o fechamento dessa secretaria “é o fechamento dos direitos da juventude, daqueles que estão principalmente nas periferias, que não tem acesso às políticas públicas”.
Ele deixou claro que essa “briga” só está começando. “A gente não pode aceitar esse retrocesso. É um retrocesso, sabe, que a gente não esperava. Aliás, a gente não espera retrocesso nenhum de direitos. A nossa juventude precisa de uma atenção, uma atenção especial. E sem a Secretaria da Juventude, não dá para a gente continuar”, resumiu.
Manifestação não é “da esquerda ou da direita”
Outro manifestante presente no local se identificou, à equipe de reportagem, como Neldo Peters, da Juventude Socialista do PDT (Partido Democrático Trabalhista). Questionado sobre sua atuação na tentativa de abrir um diálogo com o Poder Executivo Municipal, ele foi enfático ao dizer que não se trata de um embate, e sim uma tentativa de diálogo que não é da direita, nem da esquerda. “A gente abriu, iniciou um diálogo com a gestão, com o Executivo, entrou em contato com os secretários, com a atual Secretária de Juventude, com a prefeita Adriane, estamos conversando com vereadores”. Lembrou da manifestação na Câmara e destacou que “o objetivo não é oposição à prefeita, o objetivo é a oposição à extinção da secretaria”, explicou ao Jornal Midiamax.
“Queremos resposta e precisamos entender”
Pedro Orbieta, Secretário Executivo do Conselho Municipal de Juventude, disse que essa é uma situação que já ocorreu no passado. “Uma vez a Sejuv foi secretaria e voltaram atrás. Houve um retrocesso enquanto políticas públicas para a Juventude. E, graças a Deus, a Secretaria hoje já desenvolve um excelente trabalho, que é destaque dentro do nosso estado, sendo a única aqui no Mato Grosso do Sul, e também sendo um destaque nacional. Hoje, somente no ano de 2024, a Sejuv atendeu mais de 40 mil cidadãos, de jovens e adultos. Foram feitos mais de 380 cursos. Aí eu faço uma pergunta: se o time está ganhando, por que vai mexer? Não tem lógica!”, exclamou.
E finalizou. “Nós queremos conversar. O conselho é de diálogo, é para isso que ele existe. Nós queremos conversar com a prefeita e entender esse projeto e mostrar para ela o porquê que nós somos contra”, disse.
A equipe de reportagem do Jornal Midiamax acionou a prefeitura de Campo Grande. Até o fechamento da reportagem, não houve um retorno. O espaço segue aberto para manifestações da administração pública.
