Lideranças indígenas relataram descontentamento com a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em Mato Grosso do Sul. O desmembramento da Fundação e falta de recursos são os principais apontamentos das lideranças. Grupo de indígenas se reúne na sede da Funai em Campo Grande, nesta quarta-feira (26).

A representante do Coletivo de Mulheres Indígenas, Silvana Terena, 49 anos, disse que a
“Funai perdeu muito desmembrando a educação e a cultura. Tudo foi tirando, então quando você vai tirando, você vai, o recurso vai acabando”, comentou com o Jornal Midiamax.

Para a líder indígena, o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, “só tem só uma missão: de cuidar das comunidades”. Contudo, afirma que os desmembramentos da Fundação afetaram até o envio de recursos para a população indígena de MS.

“Não tem um recurso próprio para projetos, para essas reuniões que antigamente tinha. foi tirando tudo e hoje a gente tem o coordenador, nem assessoria, nós temos mais aqui”, lamentou.

Silvana lembrou que MS possuía três CTLs (Coordenações Técnicas Locais). “Não dava conta ainda, imagina você, só o coordenador e uma equipe básica para cuidar de tudo isso”.

Silvana fez cobranças para secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas. (Ana Laura Menegat, Midiamax)

Troca de comando

A reunião na Funai nesta quarta-feira (25) foi iniciada após rumores da troca do comando da coordenação regional de Campo Grande. Os caciques e lideranças são contra a alteração.

Neste sentido, Silvana cobra que o secretário-executivo mantenha o atual coordenador, Elvisclei Polidoro, o Elvis Terena. “Além de não trazer o recurso, de não conversar, de não consultar, ainda querer tirar um dele que já apoiou, o Elvis era apoiador dele, ele não é qualquer pessoa”, disse.

Por fim, afirmou que estão “doloridos e abandonados”. “Porque a gente precisava ter esse recurso, a gente precisava ter essa atenção específica, porque ele não é um corutuia, ele é um indígena, que foi levantado por esse povo aqui há mais de 15 anos”, finalizou.

O Jornal Midiamax acionou o coordenador-executivo Eloy Terena por meio de mensagens, devidamente documentadas. Não houve retorno até a publicação desta matéria, porém o espaço segue aberto para manifestação da parte.