As eleições de 2024 têm deixado os ânimos mais acalorados na Câmara de Campo Grande. Um bate-boca entre dois vereadores na sessão desta terça-feira (2), deve parar em representação no Ministério Público Estadual.

Tudo começou após uma audiência pública realizada na Casa de Leis nesta segunda-feira (1). Na ocasião, alguns vereadores se reuniram com sindicatos. A vereadora Luiza Ribeiro (PT), sem citar nomes, disse que a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), teria ‘sindicalista de estimação’.

Na sessão desta terça-feira, o vereador Marcos Tabosa (PP), conhecido por ser sindicalista do Sisen (Sindicato dos Servidores) e que por algum tempo fez oposição à prefeita, mas que hoje em dia faz parte da base de Adriane, usou a tribuna da Casa de Leis e mostrou um áudio da vereadora Luiza.

“Não existe sindicalista de estimação. O vereador Marcos Tabosa luta através do Sisen há mais de 15 anos. Avançamos com todas as categorias. Não tem sindicalista de estimação e sim de responsabilidade. Esses sindicalistas que estavam aqui ontem não respeitam sua base. A senhora, Luiza Ribeiro, lava a sua boca para falar do meu nome”, disse Tabosa.

Luiza Ribeiro disse ter sofrido violência política de gênero na Casa, adiantando que vai fazer uma representação contra o vereador Tabosa no Ministério Público Estadual e também ao Conselho de Ética da Câmara.

“Eu não posso passar pano no comportamento do vereador. Quando expressou que eu deveria lavar a boca para falar, ele está dizendo que eu tenho a boca suja. Isto é uma ofensa que está tipificada no Código Eleitoral como uma conduta vedada aos que ocupam cargos de representação política parlamentar. Eu vou representar ao Ministério Público para ser verificado se isso constitui o crime previsto no artigo 326, inclusive punindo com pena de reclusão. Aqui na Câmara, vou fazer uma representação no Conselho de ética com base no artigo 93 do regimento que ele não pode usar, na prerrogativa de suas funções, elementos que desmereçam a atividade parlamentar dos demais”.

Luiza ainda questiona o fato de o vereador Tabosa não ter se referido da mesma forma ao vereador Juari (PSDB), que também teria feito um comentário parecido durante a audiência pública.

“Eu disse que a prefeita não está recebendo as entidades sindicais, mas no mesmo momento estava recebendo outras, inclusive a que o Tabosa representa. Em seguida, disse que a prefeita tinha sindicalista de estimação. Eu não me referi a ele diretamente. O Juari também, sem citar nomes, falou que estava sentindo falta de um vereador sindicalista na reunião. Ele não mandou o vereador homem lavar a boca. Ele faz isso para constranger a minha atividade parlamentar e isso se chama violência política de gênero”, disse.