Em meio aos escândalos de corrupção envolvendo a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), a deputada Gleice Jane (PT) encaminhou requerimento a Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura) questionando sobre repasses destinados ao futebol feminino. Comissão de deputados da Assembleia Legislativa se reunirá nesta terça-feira (4) para discutir a situação do esporte no Estado.
Conforme o documento protocolado na Alems (Assembleia Legislativa), a parlamentar encaminha ao secretário Marcelo Miranda pedido de informações sobre ‘possível discrepância de gênero’ na distribuição de recursos financeiros a atletas de MS.
“Há uma evidente discrepância no financiamento entre os esportes masculinos e femininos. Enquanto times masculinos recebem significativos apoios financeiros, as equipes femininas enfrentam falta de investimento. Esta situação destaca a necessidade de uma abordagem mais equitativa no financiamento esportivo em Mato Grosso do Sul”, pontua Gleice.
Dentre os questionamentos encaminhados a secretarias, a deputada pergunta sobre quais valores foram investidos no Operário feminino – que participou do Campeonato Brasileiro Feminino Série C de 2023 e de 2024 – quanto foi investido para o time de futsal feminino da UCDB – que disputa a liga nacional de futsal feminino de 2024 – e também quais ações de fomento e apoio financeiro foram destinados aos atletas de futsal masculino e feminino de 2023.
O encaminhamento do requerimento ainda será analisado em plenário pelos deputados estaduais.
Audiência
A audiência realizada na Alems será conduzida pela Comissão Permanente de Educação, Cultura e Desporto. De acordo com o deputado Professor Rinaldo Modesto (Podemos), presidente do grupo, os parlamentares irão ouvir as demandas dos dirigentes e representantes dos clubes para buscar soluções conjuntas aos problemas do futebol estadual.
Além do Professor Rinaldo Modesto, o grupo tem como membros titulares os deputados Junior Mochi (MDB), vice-presidente, e Caravina (PSDB), e as deputadas Gleice Jane (PT) e Mara Caseiro (PSDB).
A Federação de Futebol está sob nova presidência após 26 anos. O presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) foi preso em 21 de maio, durante a Operação Cartão Vermelho, por suspeita de desviar mais de R$ 6 milhões da entidade entre 2018 até fevereiro de 2023.
Os recursos tinham como origens repasses feitos pelo Governo do Estado e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Vale ressaltar que Cezário estava à frente da Federação desde 1998.
Grupo de Cezário desviou mais de R$ 6 milhões
Conforme informações do Gaeco, o grupo liderado por Francisco Cezário realizava pequenos saques de até R$ 5 mil para não chamar atenção dos órgãos de controle. De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram identificados desvios que superaram os R$ 6 milhões.
Somente durante o cumprimento dos mandados nesta terça-feira foram apreendidos mais de R$ 800 mil, inclusive em notas de dólar. Revólver e munições também foram apreendidos.
Os valores eram distribuídos entre os integrantes da organização criminosa. O esquema se estendia também a outras empresas que recebiam altas quantias da federação. Assim, parte dos valores era devolvida ‘por fora’ ao grupo.
A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.
Operação Cartão Vermelho
Conforme o Gaeco, o nome da operação faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.
