Presidente da Câmara Municipal de Sidrolândia, distante 70 quilômetros de Campo Grande, o vereador Otacir Pereira Figueiredo (PP) explicou ao Jornal Midiamax nesta quarta-feira (3) que não descarta uma nova Comissão Processante contra a administração municipal, comandada pela prefeita Vanda Camilo (PP), após nova fase da Operação Tromper na cidade.

“Como presidente da Câmara, nós vemos a operação do Gaeco como um importante passo no combate à possível corrupção em nossa cidade. Se de fato for comprovado, é um problema sério que compromete o desenvolvimento e a confiança da população nas instituições públicas”, disse.

Assim, Otacir afirmou que a Casa está comprometida ‘a acompanhar de perto o desenrolar da operação’. “E não descartamos, caso necessário, a abertura de uma nova Comissão Processante. A Câmara preza pela integridade e a honestidade na gestão pública de Sidrolândia”, pontuou.

Vanda escapou de Comissão

Em outubro do ano passado, também em decorrência da Operação Tromper, o relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita de SidrolândiaVanda Camilo (PP) pedia abertura de Comissão Processante por irregularidades e indícios de improbidade administrativa.

O relatório apontava indícios de ilegalidades em três contratos. Havia suspeita de dano ao erário, direcionamento e obras contratadas que não foram executadas.

Apesar do relatório, Vanda escapou de investigação por ter, à época, maioria dos vereadores na sua base de apoio na Câmara.

Vereador preso

Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB) foi preso nesta quarta-feira (3) após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de corrupção, durante a terceira fase da Operação Tromper. Não foi encontrada arma durante busca e apreensão na casa do vereador, em um condomínio da Capital.

O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo. Ele é um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

São cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.

Operação Tromper

Nas duas primeiras fases da Operação Tromper, os agentes investigaram corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande. Durante as investigações, foi descoberto, segundo o Gecoc, conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários.

Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.

O vereador Claudinho Serra é genro da prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP).

A reportagem tentou contato com o vereador Claudinho Serra, por telefone, e nenhuma ligação foi atendida. A prefeita Vanda também não atendeu as ligações.

O presidente da Câmara de Campo Grande, Carlão (PSB), disse à reportagem que soube há pouco da operação e ainda não sabe o conteúdo da ação do Gecoc.