Retornando ao Senado, Soraya não se manifesta sobre operação da PF contra Bolsonaro
Senadora retornou aos trabalhos nesta quarta-feira e publicou nas redes sociais
Anna Gomes, Renata Portela –
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Questionada sobre a Operação Venire, da Polícia Federal, que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, a senadora Soraya Thronicke (União Brasil/MS) preferiu não se manifestar. A operação aconteceu no mesmo dia em que a senadora retornou ao trabalho, nesta quarta-feira (3).
Conforme a assessoria, a “senadora não vai se manifestar sobre isso. Ela está se recuperando ainda e focada em atualizar as questões do trabalho no Senado”. Soraya permaneceu 10 dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no hospital DF Star, em Brasília (DF).
Ao retornar nesta quarta, ela publicou vídeo no Instagram citando que ainda segue medicada e sob cuidados médicos. “Passei algumas decepções, mas tudo isso me deixa mais forte”, citou.
Tratamento médico
Soraya estava internada desde o dia 21 de abril, quando deu entrada na unidade hospitalar com uma crise alérgica aguda.
Visando uma melhor assistência, a equipe do hospital optou por transferir Soraya a UTI. Ela teve suporte de um imunologista durante o tratamento, conforme nota de sua assessoria de imprensa, apresentado “quadro estável, com respiração espontânea e alimentação via oral”.
Houve suspeita de que o quadro fosse de urticária, irritação na pele caracterizada por lesões avermelhadas e levemente inchadas, possivelmente provocada por reação a um medicamento.
Soraya Thronicke tem 49 anos e está em seu primeiro mandato como senadora. Ela concorreu, no ano passado, as eleições para a presidência da República.
Inserção de dados falsos
Os rastros deixados na inserção de dados falsos nos cartões de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro e da filha Laura, de 12 anos, foram determinantes para as investigações da Polícia Federal. Operação Venire cumpre mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente e já prendeu quatro pessoas.
De acordo com a investigação da PF, a inserção de dados falsos nos dois cartões de vacina da família aconteceu no dia 21 de dezembro, às vésperas de viagem de Bolsonaro para os Estados Unidos.
Informação de vacinação foi lançada no sistema ConectSUS apenas para a emissão do certificado de vacinação, documento obrigatório e exigido pelo governo americano para entrada de estrangeiros no país.
Após a emissão do certificado online, os dados foram retirados do sistema do Ministério da Saúde no dia 27 de dezembro. Essa retirada dos dados deixou rastro de fraude e levou a PF a investigar a suspeita.
Além dos dois cartões da família, documentos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, da esposa e filha deles também foram adulterados. Neste caso, a PF suspeita que os lotes de vacina incluídos na inserção falsa de dados não existiam. Houve tentativa de retificar o número do lote, o que também levantou suspeita.
Operação Venire
A casa de Bolsonaro é alvo de buscas nesta manhã. O celular de Bolsonaro foi apreendido. Ao todo, 16 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão preventiva são cumpridos.
De acordo com a Polícia Federal, não há mandado de prisão contra o ex-presidente. A corporação apura a atuação de uma associação criminosa que tinha como prática inserir dados falsos de vacina contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, diz a PF em nota.
As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal. E, segundo a PF, quatro crimes são investigados: infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
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