A ministra Sônia Guajajara e o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, vêm a Mato Grosso do Sul neste final de semana. Durante a visita, eles se reúnem com o Governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), e outros políticos.

Sônia e Eloy chegam a Campo Grande neste sábado (18). Conforme a programação preliminar, na Capital, a ministra e o secretário-executivo se reúnem com o Governador de MS. No domingo (19), eles seguem viagem para as cidades de Dourados e Rio Brilhante.

Um dos assuntos discutidos nas reuniões será a questão da demarcação das terras indígenas em Mato Grosso do Sul.

“Eles vêm para ajudar a acelerar a pacificar as desapropriações, analisar essas e outras áreas que tenham sido adquiridas de áreas demarcadas de terras dos povos originários”, disse o deputado estadual Amarildo Cruz (PT).

A agenda foi confirmada pelo Ministério dos Povos Indígenas. No início do mês, Sônia cancelou a visita que faria a Mato Grosso do Sul. Não foi informado o motivo do cancelamento da agenda e nem se haveria nova data marcada para a visita. Com isso, também ficou adiada a decisão sobre a coordenação do Dsei (Distrito Sanitário Indígena) no Estado.

Conflitos

Nesta semana, o deputado estadual Zeca do PT condenou a ocupação de indígenas em terras produtivas no interior de Mato Grosso do Sul. Então, recebeu repúdio do Conselho Terena de MS e da Assembleia de Mulheres Guarani e Kaiowá de MS.

Durante o grande expediente da quinta-feira (9), o deputado afirmou que “é uma barbaridade o que estão fazendo com o companheiro Raul e sua fazenda em Rio Brilhante”. Assim, pontuou que “não se tem nenhum estudo antropológico definido para dizer que é terra indígena”.

O deputado comentou sobre a situação. “Dois ônibus com aproximadamente 80 indígenas derramados lá, agora trancaram o portão, ocuparam a sede da fazenda de 800 hectares”. Segundo ele, os indígenas estão “proibindo Raul e sua família de tirar de lá, aproximadamente 7 mil sacas de soja que foram colhidas. E pior, proibindo consequentemente de plantar o milho”.

Em nota de repúdio, o Conselho Terena considerou as falas como ataques. “Não podemos aceitar que um deputado estadual, eleito também por meio de votos indígenas, agora se manifeste contra os direitos originários e legítimos do povo Guarani Kaiowá”, afirma o grupo da comunidade.

“É inadmissível que, aqueles que se identificam como parceiros da luta indígena durante suas campanhas, se omitam agora, quando o pilar principal de nosso movimento é atacado por seu companheiro de bancada. A luta pela Mãe Terra é a mãe de todas as nossas lutas. A demarcação das terras indígenas é nossa principal bandeira. Não admitiremos ataques aos nossos princípios e lutas”, diz a nota.