O Presidente da Câmara Municipal de , Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), disse que uma comissão especial, junto com o colegiado que investiga obras e técnicos da Casa de Leis, devem começar a analisar mais de 40 mil páginas referentes aos contratos alvos da Operação Cascalhos de Areia.

“No total são 40 mil páginas. Quatro mil era só parte dos contratos e queremos completos. Vamos imprimir as folhas e realizar a análise dos papéis. Faremos uma comissão que juntamente com a de Obras, quatro vereadores e técnicos da Câmara vão investigar os documentos”, disse Carlão.

No começo do mês de julho, um servidor foi até a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), com pen-drive, para solicitar cópias dos contratos investigados na Operação Cascalhos de Areia.

Empresas investigadas

As empresas relatadas na investigação seriam pertencentes ao empresário André Luiz dos Santos, o ‘Patrola'. São elas a Engenex Construções e Serviços (CNPJ 14.157.791/0001-72) e a A.L.S. Construtora (CNPJ 15.084.261/0001-04).

A investigação do (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi até os locais, onde supostamente deveriam ocorrer obras, conforme detalhado nos contratos milionários. No entanto, o que foi encontrado foram ruas de terra.

O Midiamax detalhou os endereços apontados no procedimento, que foram vistoriados. Em quase todos os relatórios, o resultado foi de que não havia indícios de intervenção ou melhorias.

No máximo, algumas ruas foram niveladas. Porém, nem mesmo cascalho foi colocado e os moradores das regiões afetadas reclamavam da falta de obras. Os servidores da Sisep alvos da operação foram Medhi Talayeh, engenheiro e supervisor, Edivaldo Aquino Pereira, gestor de projetos, Erik Antônio Valadão Ferreira de Paula, Fernando de Souza Oliveira, e o ex-secretário Rudi Fiorese.

A Sisep foi alvo de buscas durante a operação. Nas investigações, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) identificou que a Engenex Construções contratava pessoal meses antes de vencer as licitações com a Prefeitura de Campo Grande. O primeiro contrato teria acontecido em 2012.

Os contratos seguiram na gestão de Trad (PSD) em 2018. O primeiro contrato de 2012 teria sido para limpeza e de praças, conquistado 5 meses após a Engenex ser criada, na época pelo pai de Mamed Dib Rahim.

Os outros três contratos firmados com a prefeitura são para serviços relacionados com execução de manutenção de vias não pavimentadas e estão em andamento.

Ruas que não foram pavimentadas

Rua Cairiri – São Conrado

Rua Coronel Athos P. da Silveira – São Conrado

Rua Vitória Zardo – São Conrado

Rua Silvio Aiala Silveira – Trecho entre as ruas Avenida Cinco e rua sem saída

Rua Eliza Regina – Trecho entre as ruas Avenida Sete e Silvio Aiala Silveira

Rua Elizete Cardoso – Trecho entre as ruas Avenida Sete e Silvio Aiala Silveira

Rua Vaz de Caminha – Trecho entre as ruas Andrade Neves e Ataulfo Paiva

Rua Ataufo Paiva – Trecho entre as ruas Vaz de Caminha e Borborema

Rua Ataufo Paiva – Trecho entre as ruas Borborema e Brás Pina

Rua Ataufo Paiva – Trecho entre as ruas Brás Pina e Bartolomeu Mitre

Rua Osasco – Trecho entre as ruas Adventor Divino e Conquista

Intervenção em ruas já pavimentadas

Nas datas de 13 e 21 de janeiro de 2021, a Engenex teria realizado intervenções na Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho, nos trechos entre as ruas Panambi Vera e Angelo Marques Zafalon, rua Manoelita Alves da Silva e Maria Alves Coimbra.

O contrato nº 194/2018 previa a manutenção de vias não pavimentadas. Contudo, a Avenida Lúdio Martins possui pavimentação, “impossibilitando assim a intervenção da empresa Engenex no local”.

Logo, também não poderia ser realizada a manutenção prevista na planilha para a rua Avenida das Mansões, com trecho entre as ruas Maria Carlota Giordano e Armando Capriata — que também é pavimentado.