‘Folha secreta’: Câmara espera ofício até segunda-feira e promete requerimento

‘Executivo tem a obrigação de fornecer esses dados. Se não, é crime de responsabilidade’, destaca autora do pedido

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Imagem ilustrativa (Divulgação, Câmara de Campo Grande)

Os vereadores de Campo Grande já teriam entrado em acordo para aguardar até a próxima segunda-feira (3) o ofício de resposta sobre a suspeita de ‘folha secreta’ na Prefeitura de Campo Grande. Após o prazo, a autora do pedido, vereadora Luiza Ribeiro (PT) garante que um requerimento será formalizado.

“O prazo é o dia 2 de abril. Na segunda-feira vamos ligar na Prefeitura, perguntar se a resposta do ofício vem. Se não tivermos resposta, na terça o requerimento será formalizado porque precisamos desses dados. Isso já foi garantido pelo presidente, Carlão, que afirmou que defenderia esse pedido junto com os demais colegas, para que os vereadores aprovem o pedido”, destacou Luiza.

De acordo com a parlamentar, é preciso saber o detalhamento dos dados para que o adicional de periculosidade da Guarda Municipal e o salário dos professores seja discutido em maio. “Os enfermeiros estão sem insalubridade até agora. Somos da Comissão de Orçamento e e se não recebermos essas informações, que opiniões poderemos dar sobre esses assuntos?”, questiona.

A vereadora destaca que é prerrogativa do Legislativo fiscalizar o Executivo. “E o Executivo tem a obrigação de fornecer esses dados. Se não, é crime de responsabilidade. De um tempo para cá, a Câmara elegeu certa tolerância em relação a requerimentos, mas se não formos atendidos vamos aprovar este”, finalizou.

‘Folha secreta’

Os vereadores suspeitam que o Proinc faça parte da ‘folha secreta’ da Prefeitura e que tenha sido usado para ‘abrigar’ cabos eleitorais de Marquinhos Trad e aliados. Questionado anteriormente pelo Jornal Midiamax sobre a suspeita de folha secreta, Marquinhos negou o pagamento de qualquer tipo aos secretários. O ex-prefeito pede que tudo seja consultado no Portal da Transparência, justamente o alvo de reclamação dos vereadores por falta de dados.

Durante audiência pública de prestação de contas para exposição de Relatório de Gestão Fiscal, o advogado dos sindicatos da Guarda Civil Metropolitana, dos Médicos e dos Profissionais de Enfermagem, Márcio Almeida, questionou a atual secretária municipal de Finanças e Orçamento, Márcia Helena Hokama, sobre a possível existência do que ele denomina de “folha secreta”.

Hokama assumiu a pasta depois que Pedro Pedrossian Neto (PSD), titular das finanças na gestão de Marquinhos Trad, saiu para se candidatar a deputado estadual.

Uma das suspeitas, inclusive, é de que o inchaço nos pagamentos de pessoal na prefeitura de Campo Grande tenha a ver com a campanha do PSD nas últimas eleições de 2022 em Mato Grosso do Sul.

Trad renunciou ao cargo para concorrer ao Governo do Estado, mas acabou em sexto lugar após ser implicado em escândalo de assédio sexual. Ele virou réu por assédio sexual contra 7 mulheres e o caso continua na Justiça.

Proinc

Após as suspeitas, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abriu procedimento preparatório para averiguar possíveis irregularidades no programa. A Polícia Civil investigou o programa por suspeita de cabide de emprego.

O programa da prefeitura de Campo Grande é destinado a pessoas de baixa renda. Entretanto, como noticiado pelo Jornal Midiamax, se tornou cabide de empregos, segundo denúncia que tramita há mais de um ano no Judiciário de Mato Grosso do Sul.

Em agosto do ano passado, os vereadores André Luís Soares (Rede) e Marcos Tabosa (PDT) coletaram assinaturas para a abertura de uma CPI. Contudo, não obtiveram apoio suficiente para dar prosseguimento.

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