Pular para o conteúdo
Política

CONFIRA: 1ª Lei do Pantanal proíbe novas plantações de cana, soja e eucalipto em áreas de preservação

Lei apresentada também exige relatório de impacto ambiental acima de 500 hectares de desmatamento; antes, decreto determinava acima de 1000 hectares
Evelin Cáceres, Mariane Chianezi -
Coletiva do governador Riedel na Alems para a entrega da primeira Lei do Pantanal | (Fabiana Silvestre, Alems)

A 1ª Lei do Pantanal, entregue nesta terça-feira (28) pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, proíbe o cultivo de novas plantações de cana-de-açúcar, soja e eucalipto em áreas de preservação.

As áreas já plantadas permanecem, mas não poderão mais se expandir sem estudo de impacto na chamada AUR-Pantanal (Área de Uso Restrito da Planície Pantaneira). A vedação se estende para todas as plantações consideradas exóticas ao bioma pantaneiro.

O texto, feito em estudo conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, com o (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Embrapa, Instituto do Homem Pantaneiro e outros, diminui a área com exigência para apresentação do Rima (Relatório de Impacto Ambiental) de 1 mil hectares para 500 hectares.

Por exemplo, se a área tem mais de 500 hectares, o EAP (Estudo Ambiental Preliminar) é obrigatório. No entanto, a área a ser desmatada não pode passar de mil hectares do total do empreendimento. Serão inclusive somadas as áreas já autorizadas em um intervalo de cinco anos para o estudo do impacto ambiental e somente autorizado o desmatamento para quem não cometeu nenhuma infração ambiental nos últimos três anos.

No imóvel que tiver mais de 60% de vegetação considerada nativa poderá ser autorizado o uso alternativo do solo em até 40%, conforme recomendações da Embrapa.

Áreas abaixo de 500 hectares ainda serão regulamentadas. Sem lei, a área era determinada pelo decreto 4.273/2015, assinado pelo ex-governador (PSDB) e o secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck, revogado em agosto deste ano, após série de reportagens do Jornal Midiamax.

Está permitida a criação extensiva de gado em áreas de preservação, desde que seja comprovado que não há impacto ambiental e nem degradação da área. O confinamento de gado fica proibido.

Fundo do Pantanal

O texto determina as áreas de preservação ambiental e suas definições, denominando áreas como salinas, apões de mato e lambris. Esses são estudos apontados pela Embrapa e contemplados na lei apresentada nesta terça.

Também ficam vedados novos projetos de assentamentos no Pantanal, a não ser os destinados às comunidades tradicionais.

Há a criação do Fundo de Desenvolvimento do Pantanal, a ser bancado com doações internacionais, emendas parlamentares, destinações de outras pastas e com 50% do valor arrecadado com multas pelo Mato Grosso do Sul.

De acordo com Riedel, o crédito de carbono ainda não será regulamentado. “Em relação às multas, 50% vai para o fundo Pantanal e crédito de carbono é uma matéria que não é regulada ainda pelo setor público, ainda está sendo discutida pelo Congresso. O que estamos trazendo é uma ação para Mato Grosso do Sul e discutindo no setor privado o início de um mercado de carbono que reforça essa nossa linha do fundo Pantanal e de ações de garantia de resultado econômico para a preservação. Temos um fundo que está aberto para todas as possibilidades do mercado e o crédito de carbono é um deles, tanto no ponto de vista privado como público”.

O presidente da Casa, (PP), disse que a lei deve ser aprovada pelos deputados até o dia 20 de dezembro.

“Acabamos de receber o que estamos chamando de Lei do Pantanal, para que possa ser estudada e debatida. Vai passar pelas comissões, por discussões e impreterivelmente ser aprovada até dia 20 de dezembro para sanção. É um tema de interesse mundial e vamos assumir esse protagonismo no debate com relação ao Pantanal”, finalizou.

Compartilhe

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados