Na manhã desta segunda-feira (28), audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande debateu a presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas e em unidades de saúde, bem como a ampliação do número de Caps (Centros de Atenção Psicossocial), piso salarial dos profissionais e jornada de trabalho.

A conversa faz alusão ao Dia do Psicólogo, celebrado neste domingo (27), e foi proposta pelo vereador professor André Luis (Rede), vice-presidente da Comissão Permanente de Saúde da Casa de Leis, e secretariada pelo vereador Ronilço Guerreiro, que é psicólogo.

“A saúde mental é um problema sério e tende a se agravar. Os problemas refletem nos ambientes familiar, profissional, temos ainda a luta pelos psicólogos nas escolas, diante de problemas de desempenho ou comportamento dos alunos”, disse o vereador Prof. André Luis, que defendeu a ampliação da atuação dos psicólogos nas unidades públicas.

Ronilço relembrou a reunião que teve com a prefeitura para debater a presença dos profissionais na rede pública e disse em setembro fará um novo debate com o executivo sobre o assunto. “Quantas pessoas estão precisando dessa assistência? Quando teremos esse orçamento?”, questionou.

Mato Grosso do Sul conta com 6 mil psicólogos. A jornada de trabalho de 30 horas semanais e o piso salarial da categoria, pautas que tramitam atualmente no Senado, além do fortalecimento da profissão no SUS (Sistema Único de Saúde) e no Suas (Sistema Único de Assistência Social), são apontados como principais desafios pela presidente do Sindicato dos Psicólogos de Mato Grosso do Sul, Glace do Carmo. “Somos aquele que acolhe. Nosso papel é definido pelo cuidado com muitas expressões que formam a subjetividade humana”, disse, sobre o papel dos profissionais.

A psiquiatra Gislayne Budib Prometo, coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial Municipal, citou a importância de avançar na assistência em psiquiatria e psicologia. Atualmente, a Rede está refinando e requalificando os atendimentos em lista de espera.

“Começamos esse projeto e sabemos que precisamos ampliar e abrir campos de trabalho, plantões e assistência em psiquiatria”, disse. Ela enfatizou a criação de um grupo, formado pela Secretaria Municipal de Saúde e entidades representativas dos profissionais, para discutir e ampliar as políticas de saúde pública voltadas à saúde mental.