Após audiência pública, Câmara anuncia a criação da comissão especial de direitos indígenas

A comissão vai discutir as demandas das aldeias indígenas urbanas de Campo Grande

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Foto: Divulgação/CMCG

Após audiência pública com a advogada e ativista dos povos originários Tatiana Ujacow na última semana, a Câmara Municipal anunciou a criação de uma comissão especial de direitos indígenas. A comissão vai discutir questões e demandas das aldeias indígenas de Campo Grande.

Conforme comunicado em sessão desta terça-feira (23), o presidente será o professor André Luis (REDE), a vice será a vereadora Luiza Ribeiro (PT) e terá como membros os vereadores Coronel Alírio Villasanti (União), Ademir Santana (PSDB) e Zé da Farmácia (Podemos).

De acordo com o presidente, André Luis (Rede), a comissão vai ter período de validade até o final do ano e depois pode ter conversão para ser permanente na Casa de Leis.

Aldeia indígena urbana de Campo Grande | Foto: de arquivo, Midiamax

Audiência pública debateu questões indígenas

A audiência pública aconteceu no dia 15 de maio e teve debate de implementação em políticas públicas para as comunidades indígenas. O encontro contou com a presença da advogada Tatiana Ujacow, ativista dos povos originários e professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

A audiência abre espaço a reivindicações para dar mais dignidade aos povos indígenas, principalmente para as aldeias urbanas em Campo Grande, que são depreciadas por estarem distantes de áreas preservadas longe da urbanização.

“Pessoas têm a ideia equivocada que o indígena sai da aldeia tradicional e deixa de ser indígena, mas não perde a cultura e traz a cultura com ele. Eles saem de suas aldeias de origem em busca de melhores condições de vida para eles e seus filhos. A carência é muito grande e a voz deles nem sempre é ouvida. Eles precisam de representatividade e dignidade. As aldeias urbanas mais afastadas são as que mais sofrem com falta de saneamento e moradia”, diz a advogada Tatiana Ujacow.

A descrição relata a necessidade da implementação de políticas públicas mais atentas às aldeias urbanizadas. “Eles estão na cidade por falta de oportunidade no lugar de origem e se for por vontade própria é um direito como todo cidadão brasileiro. O grande lema do movimento indigenista é ‘posso ser o que você é sem deixar de ser quem sou’”, pontua.

O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara Municipal, composta pelos vereadores Zé da Farmácia (presidente), Silvio Pitu (vice), Dr. Jamal, Betinho e Prof. André Luís.

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