‘Tem que ouvir, ele sabe de tudo’, diz Clodoilson sobre Nelsinho ser defesa do Consórcio Guaicurus

Nelsinho era o prefeito à época que foi firmada a concessão do transporte público ao Consórcio Guaicurus

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nelsinho Vereador Clodoilson Pires
Vereador Clodoilson Pires. Foto: Izaías Medeiros | Câmara Municipal.

Para o vereador Clodoilson Pires (Podemos), o senador Nelsinho Trad (PSD) tem que ser ouvido no julgamento que analisa a legalidade da concessão do transporte público de Campo Grande ao Consórcio Guaicurus. “Ele com certeza sabe tudo que foi firmado no contrato”, disse o vereador sobre o então parlamentar que é defesa do Consórcio no processo.

“Já que ele [Nelsinho] era de fato o que firmou o contrato, tem que ouvir, é uma parte que tem que ouvir”, afirmou Clodoilson ao Jornal Midiamax. A audiência do julgamento está marcada para terça-feira (28) e ouvirá cinco testemunhas de acusação e quatro de defesa.

Entre as testemunhas indicadas pelo Consórcio Guaicurus está Nelsinho, que foi prefeito à época da licitação que deu ao grupo de empresas o direito de faturar até R$ 3,4 bilhões explorando o transporte da cidade durante 20 anos.

Assim, Clodoilson acredita que o parlamentar deve ser ouvido, pois firmou o contrato. No entanto, destacou que “Câmara está vendo a possibilidade de abrir uma CPI, mas não vai ser por agora”.

Julgamento e Nelsinho na defesa

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Nelsinho Trad, prefeito de Campo Grande na época que Consórcio Guaicurus venceu licitação (Foto: Acervo Assecom, PMCG)

A audiência de instrução e julgamento será presidida pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. O julgamento é o desfecho de um processo de investigação iniciado em 2019 pelo MPMS (Ministério Público Estadual) e que chegou ao Judiciário em setembro de 2020, em forma de ação civil pública.

As testemunhas de acusação indicadas pelo MP são: Daniel Carlos Silveira (superintendente da Controladoria Geral da União em MS), Geraldo Antonio Silva de Oliveira (auditor federal de Finanças e Controle), Henrique Gomes da Silva Rezende (auditor federal de Finanças e Controle), Sasha Reck (advogado que delatou ao MP do Paraná direcionamento de licitação ao Consórcio Guaicurus em Campo Grande) e Marcelo Maran (delator que também prestou informações sobre irregularidades na concessão).

Já as testemunhas indicadas pelo Consórcio e que serão inquiridas pelo juiz são: Marcelo Luiz Bonfim do Amaral (diretor-presidente da Agereg à época da licitação), Bertholdo Figueiró Filho (presidente da comissão de licitação à época), João Rezende Filho (diretor do Consórcio Guaicurus) e, por último, o senador Nelson Trad Filho, prefeito de Campo Grande entre os anos de 2005 e 2012, ou seja, em todo o período em que a licitação de concessão foi elaborada, lançada e vencida pelo Consórcio Guaicurus.

Das quatro testemunhas indicadas pelo grupo de empresas, três já foram intimadas, mas o senador Nelsinho, conforme informou a defesa do Consórcio nesta quinta-feira (23), deverá ser notificado por intimação judicial em razão do mandato de senador.

Nos autos do processo que possui mais de 17,1 mil páginas não consta, até a manhã desta sexta-feira (24), expedição de intimação para o senador.

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