Por unanimidade, Trutis e chefe de gabinete se tornam réus no STF por simularem atentado na BR-060
Ambos responderão por falsa comunicação de crime, porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo, segundo STF
Evelin Cáceres –
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O deputado federal Loester Trutis (PL) e o chefe de gabinete Ciro Fidelis se tornaram réus no STF (Supremo Tribunal Federal), por simularem um atentado contra a vida do parlamentar na BR-060, após o final do julgamento virtual na madrugada desta terça-feira (16). Os onze ministros da Corte votaram a favor do recebimento da denúncia, feito pela Procuradoria-Geral da República após investigação da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul.
Ambos responderão por comunicação falsa de crime, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo. Os ministros seguiram por unanimidade o voto da relatora, ministra Rosa Weber. Conforme o voto da relatora, os argumentos trazidos pela defesa do parlamentar “não são suficientes” para desqualificar as provas levantadas na fase de investigação da Polícia Federal.
Todos os ministros da Corte votaram contra Trutis e o chefe de gabinete: Rosa Weber, André Mendonça, Nunes Marques, Gilmar Mendes, Roberto Barroso, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Dias Tófolli, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e Alexandre de Moraes.
Investigação da PF e denúncia
Para a PF, Trutis (PL) encenou o atentado: a conclusão, cujas informações investigadas já apontavam para simulação por parte do parlamentar, está em relatório encaminhado ao STF, no qual a polícia pedia indiciamento de Trutis e de Ciro Fidelis, assessor que acompanhava o deputado naquela ocasião em 10 de fevereiro de 2020, quando teria acontecido o suposto atentado.
Em seis pontos, a PF cita que o veículo descrito como autor dos disparos foi ‘exaustivamente procurado e não foi localizado’, mesmo com a análise de todas as câmeras de segurança instaladas no percurso feito pela dupla. “Tanto o deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza quanto seu assessor Ciro Nogueira Fidelis faltaram com a verdade durante os seus depoimentos”, traz um dos trechos.
Em reportagens sobre a investigação, foi relatado, a partir das análises dos policiais federais, que a caminhonete descrita pelos dois como sendo o veículo que teria os perseguido, seria ‘velha e lenta’ e não teria como protagonizar atentado. Em outro trecho, é dito que, no dia, parlamentar e assessor sequer teriam sido perseguidos. Eles estavam em um Toyota Corolla.
Segundo a investigação, os dois deixaram de informar que saíram da BR-060 para duas estradas vicinais, ‘onde inclusive chegaram a parar e desligar a ignição do veículo’. Justamente em uma dessas estradas, foram encontradas seis cápsulas de munição calibre 9mm, além de fragmento de vidro, que pode ser do veículo em que estavam.
Na ocasião, o Jornal Midiamax procurou o deputado e o assessor, por mensagem, à época do pedido da Polícia Federal. Loester Trutis disse que o inquérito é político e que vai provar tal afirmação. “Delegado está usando o cargo na PF pra ganhar notoriedade e ir pra Brasília. Tem inclusive apoio de políticos influentes do estado”, disse à reportagem. Ciro Fidelis não se manifestou.
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