Menos expostas que os filhos, mas lembradas em contextos nem sempre positivos, as mães de políticos contam histórias interessantes e engraçadas. São memórias, principalmente da infância, que relatam um pouco do olhar delas sobre os filhos que estão nos holofotes muito mais por suas vidas públicas.

No Dia das Mães, o Jornal Midiamax pediu para as mães dos pré-candidatos ao Governo de Mato Grosso do Sul contarem histórias que tenham marcado o cotidiano e a memória delas.

Confira os relatos das mães dos pré-candidatos: 

Ieda Marques de Carvalho, mãe de Giselle Marques, pré-candidata do PT

“Giselle desde muito pequena se encantava com os livros. Ela e sua irmã Eloine foram alfabetizadas muito cedo, aos quatro anos, pois eu era professora e elas viviam me pedindo para passar ‘tarefas' com letras e números. Naquele tempo era muito difícil tirar fotos. Não havia celulares e as facilidades de agora. Uma vez contratamos um fotógrafo, e a Giselle fez questão de fazer pose com os livros, como se estivesse lendo. Na época ela só conhecia algumas letras, mas achava a coisa mais bonita do mundo saber ler. Quando ela tinha 10 anos, eu resolvi esconder a coleção do Jorge Amado e do Aloisio de Azevedo, por serem leituras muito ‘pesadas' para a idade dela. Quando fui descendo os livros da estante ela falou: ‘Ixi, mãe, esses aí nem adianta esconder. Eu já li todos'.”

A lembrança é ainda mais especial, segundo Giselle, porque a mãe sofre de Alzheimer e não tem recordações de episódios mais recentes. “As mais antigas ela tem. Ela já tinha contado outras vezes e foi muito emocionante”.

Therezinha Mandetta Trad, mãe de Trad, pré-candidato do PSD

“Lembro de uma vez que eu estava montando árvore de natal, bem simples, de galho de goiabeira e umas bolinhas bem pequenas. Ele tinha 11 meses, e lá perto de mim. Distraída, enrolando algodão para colocar na árvore, levei um susto quando vi sangue pelo chão. Quando eu abro a boca, vejo a bolinha. Ele colocou na boca e mastigou. Aquelas bolinhas eram afiadas, de um material cortante. A bola, vermelha, então não sabia o que era bola, o que era sangue, peguei ele no colo e corri para o hospital. O médico, Walfrido Arruda, aplicou uma anestesia nele e tirou, caquinho por caquinho da bola. Mas graças a Deus deu tudo certo. Uma das artes, antes mesmo de começar a falar. Quando o Marcos era pequeno, eu trabalhava como professora já, e tinha uma moça que me ajudava com as crianças, a Isabel. Ela não escutava e não falava, mas o Marcos se comunicava perfeitamente com ela, fazendo todos os gestos. Ele demorou um pouquinho a falar, começou por volta dos três anos. E como fala hoje hein? (risos). Um menino de ouro, observador, calado e perfeccionista. O que ele pega pra fazer, faz com perfeição. Esta é uma grande qualidade do meu filho”.

Giuseppa Puccinelli, mãe do ex-governador André Puccinelli, atualmente pré-candidato pelo MDB, faleceu em 28 de agosto de 2010. Na ocasião, o ex-titular concorria à reeleição. Neste Dia das Mães, ele é quem lembrou uma história com ela.

“Eu comecei a estudar aos seis anos de idade e caminhava dois quilômetros para ir até a escola. Um dia eu voltei todo sujo e com o olho roxo. Minha mãe me perguntou: o que foi, meu filho? Um menino maior que eu, me bateu. Eu tinha uma cadela policial, chamada Blenda, bonita, e ela pôs a cadela para me acompanhar até a escola. Todos os dias que eu voltava, ela perguntava: Foi bem meu filho? Não teve problema algum? Não teve problema algum! E a mãe todos os dias repetia a mesma coisa. Aproveito essa lembrança que eu tenho da minha mãe para homenagear todas as mães do mundo, do nosso Brasil e dos 79 municípios do Estado de ”.

Mães dos pré-candidatos

As mães dos pré-candidatos ao – Arte: Deyvid Guimarães

Seila Maria Garcia Corrêa, mãe de Eduardo Riedel, pré-candidato do PSDB

“Fui solicitada a contar algum fato relevante na vida do pré-candidato ao Governo do Estado de MS, Eduardo Riedel. Como mãe, só posso falar sobre o Dudu, porque assim ele é chamado pela família e pelos amigos. A trajetória de vida desse meu filho, o do meio, entre o irmão mais velho e a menina caçula, sempre foi tranquila. Bom aluno, ouvi lá na década de 70, da coordenadora do da Infância da escola dele, que ele era um líder positivo. Acreditei e não me decepcionei. Quando ele fez vestibular, passou para medicina na UFRJ e optou por fazer Biologia. O pai dele questionou a escolha. Por que não medicina? E ele, com firmeza, respondeu que ele não queria ser médico, queria fazer Biologia. E assim é o nosso Dudu. Firme nas suas decisões, sensível às questões sociais e amoroso com a família. Tenho muito orgulho do meu filho!”

Fulgência Modesto, mãe de Rose Modesto, pré-candidata do União Brasil

“Eu me lembro quando a Rose tinha uns oito para nove anos que ela me ajudava a fazer as diárias {faxina} nas casas. A Rose sempre foi caprichosa na limpeza. Nós muitas vezes íamos a pé para economizar passagem de ônibus. Ela sempre conversadeira demais ia o caminho todo cantando e conversando não parava um minuto. Nós não tínhamos muito luxo. Morávamos numa casinha no Parati que tinha 11 pessoas e dois quartos então não tínhamos condições de ter comida diferente. Aquelas de propaganda de TV. Então, eu tinha um combinado com a Rose. Ela me ajudava na diária na semana e na sexta-feira quando recebíamos o dinheiro. Eu ia com ela no mercado para comprar iogurte que vinha em bandeja. Era o luxo que nós tínhamos. A Rose trabalhava duro e a recompensa era o iogurte. Os olhos dela brilhava e isso era a motivação para ela ser mais caprichosa na faxina. Eu lembro que a Rose comia devagarinho o iogurte só para saborear para durar mais tempo”.

Capitão Contar, pré-candidato pelo PRTB, não enviou a resposta. Lembrando que os seis nomes citados estão em pré-campanha e só serão confirmados como candidatos durante as convenções partidárias, entre 20 de julho e 5 de agosto.