Os oito candidatos ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul participaram nesta segunda-feira (26) de mais um debate no auditório da Universidade Insted e acabaram subindo o tom nos ataques diretos, com tema livre em três dos cinco blocos. O primeiro e o último foram usados para apresentação e despedida, respectivamente.

Estiveram presentes os candidatos Giselle Marques (PT), Rose Modesto (União Brasil), André Puccinelli (MDB), Eduardo Riedel (PSDB), Adonis Marcos (Psol), Magno Souza (PCO), Marquinhos Trad (PSD) e Capitão Contar (PRTB).

Debate com ataques

Já na apresentação, Adonis Marcos pediu a ‘benção do criador, apesar de termos aqui um monte de candidatos cara de pau’. No segundo bloco, chamou Capitão Contar de ‘Capitão Melancia’, dizendo que o candidato era verde por fora, mas vermelho por dentro.

O candidato do Psol questionou Contar por apoiar Bolsonaro, quando seu partido, o PRTB, estaria apoiando o petista Lula. Contar lamentou a fala de Adonis e se defendeu dizendo que não é ‘bolsonarista de foto’. Contou que faz parte do Exército Brasileiro e que sempre apoiou o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).

Contar, por sua vez, disse que o PSDB em Mato Grosso do Sul era o ‘PT de gravata’, em referência à coligação que o partido faz com o PSB, de Geraldo Alckmin, vice de Lula na chapa à presidência do Brasil. Marquinhos Trad também usou o fato para atacar o candidato Eduardo Riedel. “Meu partido é Mato Grosso do Sul. Alguns se falam bolsonaristas, mas têm parceria com o PSB de Ackmin, do Lula”.

André destacou ter construído 1.605 casas em áreas indígenas e aumentado a cesta alimentar de 22 kg para 27 kg, entregado patrulha mecanizada para agricultura alimentar e sementes. Como ex-governador, foi alvo de questionamentos sobre a sua gestão em relação à entrega de ônibus escolares e aparelhos de radioterapia, denúncias feitas à época pelo Jornal Midiamax.

Giselle Marques perguntou sobre a adesivagem dos ônibus, entregues com recursos federais. “O processo correu. Não tirei [os adesivos], mas coloquei o meu. Foi um ressarcimento. Os 350 ônibus era um direito de Mato Grosso do Sul”.

À época, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) veio ao Estado fazer a entrega dos ônibus após descobrir que o adesivo do Governo Federal foi encoberto pelo estadual.

Sobre a radioterapia, a candidata perguntou por que a gestão de Puccinelli não instalou os cinco aparelhos de radioterapia que recebeu. André explicou que recebeu os aparelhos já no final da gestão e que conseguiu entregar apenas o do Hospital Universitário.

À época, o Ministério Público apurou que os outros lugares se recusaram a receber os aparelhos por falta de estrutura para instalação. A Justiça obrigou o HU a instalar o aparelho que recebeu.

Marquinhos Trad defendeu ter entregue mais de 200 mil cestas básicas na rede municipal de ensino, sem aumento de impostos e com geração de empregos em Campo Grande. Aproveitou a pergunta de Magno Souza sobre a questão indígena para atacar Puccinelli sobre a fala de que ‘caruncho é proteína’, feita durante o Debate Midiamax.

“Tem candidato que quer cesta básica com caruncho e ainda diz que isso é proteína. Com certeza em casa ele não tem isso”. Puccinelli rebateu dizendo que quem entregou cestas com caruncho foi a Funai na época da gestão dele e que ele mesmo denunciou o caso junto com a ex-secretária Tânia Garib ao Ministério Público.

Magno Souza propôs salário mínimo de R$ 8 mil e redução da carga de trabalho de 40 para 35 horas semanais. Ressaltou a questão indígena, lembrando que as aldeias estão desassistidas. “Está chovendo mais dentro do nosso barraco do que fora. A água está a cinco quilômetros de onde a gente mora, e para cozinhar é água barrenta. Tendo uma caixa d’água gigante da Sanesul por perto, que não funciona”, disse. Também pediu armas para os indígenas e Contar disse que prefere a paz no campo.

Neste quesito, foi rebatido por Giselle Marques. “Então indígena não é considerado cidadão de bem para você, candidato? Só os fazendeiros são? Os brancos? Os empresários?” Contar pediu direito de resposta para responder à questão, mas o pedido foi negado.

Eduardo Riedel disse que é preciso fazer um programa robusto de educação e cidadania, com um conjunto de transferência de renda para dar dignidade para a população. “Temos que passar o Mais Social de R$ 300 para R$ 450, ampliar a faixa de consumo de energia”.

Para Rose Modesto, é possível dobrar o valor do Mais Social para R$ 600, investindo em um programa de renda para a mulher e outros de assistência social com cerca de R$ 1 bilhão destinados para essa finalidade. Riedel lembra que Mato Grosso do Sul terá R$ 1,4 bilhão a menos na arrecadação em 2023 por causa da queda na arrecadação dos combustíveis com a mudança no ICMS. Rose rebateu, dizendo que basta deixar de lado ‘licitações desnecessárias’ na administração.

O debate foi mediado por Alexandre Giachetto, editor-chefe e apresentador da Rit TV, e o debate foi promovido pelo TopMidia News e pelo SBT.