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Política

#CG123: No aniversário da cidade, Carlão lista pontos positivos e desafios que Campo Grande enfrenta

Carlão comentou sobre a retomada da cidade após a pandemia e a volta dos eventos
Dândara Genelhú -
carlão
Carlão, presidente da Câmara de Campo Grande (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Nestes 123 anos de , quem conversa sobre o desenvolvimento da cidade e dificuldades da Capital é o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlos Augusto Borges (PSB). Mais conhecido como Carlão, o presidente do legislativo é o segundo na escala de hierarquia do município.

Em uma conversa com o Jornal Midiamax, Carlão destacou o crescimento da Cidade Morena e a retomada pós-pandemia. Entre as barreiras que a Capital ainda enfrenta, o presidente da Câmara apontou o transporte público, saúde e investimento na educação.

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Detalhes do gabinete do presidente da Câmara. Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax

Como é ser o presidente da Câmara da Capital de Mato Grosso do Sul?

Carlão: É uma experiência, porque eu iniciei minha vida como presidente da associação de bairro, vim de para cá em 1980. Desde presidente de bairro, presidente de favela eu tinha o sonho de fazer um mandato de vereador, depois do quarto mandato eu consegui chegar até a presidência da Câmara. É onde estou conseguindo ajudar os vereadores, a cidade. Hoje mesmo tivemos uma reunião na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para ajudar os agentes de saúde. É uma lei antiga, que estava parada. Então estamos fazendo aqui na Câmara a votação de todos os projetos de lei de interesse da cidade.

Me sinto orgulhoso, de ser presidente da Câmara e além de presidente na Câmara eu sou o segundo na hierarquia de comando do município. Porque se a prefeita Adriane Lopes (Patriota) se afastar, por viagem ou algum motivo, eu assumo a prefeitura, porque não temos mais vice-prefeito. O prefeito renunciou e assumiu a vice, então hoje o vice de Campo Grande praticamente sou eu.

O mais importante é eu estar contribuindo, votando as leis, dando serenidade em todos os projetos de interesse da cidade para ajudar o crescimento da cidade que eu vivo.

Esse ano estamos no período de retorno das festividades, como é estar à frente da Câmara nesse período?

Carlão: É interessante, estive no Ondara onde foi realizado a homenagem aos títulos de cidadão campo-grandense e já tem três anos que não tem essa comenda, por causa da pandemia. Ano passado fizemos cada um individual, ano retrasado não teve, então estava indo para o terceiro ano sem essa homenagem.

Então as festividades, os eventos que estão acontecendo na cidade, esse é o mês de aniversário de Campo Grande e estamos tendo vários eventos e reuniões. É importante para voltarmos a normalidade até a questão da economia, aquecimento da economia, gerar mais emprego para o município, nós tínhamos que voltar a normalidade. A cidade, o país e o Estado não aguentavam mais essa situação de não poder fazer nada.

Os munícipes daqui queriam fazer uma reunião de família, uma festa de casamento, e tudo foi adiado. Fico muito contente da cidade voltar à normalidade com alegria e as festividades que vêm acontecendo.

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Presidente da Câmara contou qual o evento que o deixou animado. Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax

E qual o evento ou festa estava pessoalmente ansioso para participar de novo?

Carlão: Essa que foi realizada nesta quinta-feira (25), que é onde a Câmara dá a maior comenda do município. Aquelas pessoas que não nasceram aqui e vieram criar família aqui, gerar emprego e renda, pois muitos são empresários e passaram em concursos, é importante. Então essa homenagem, a maior comenda da Câmara era realizada no Palácio Popular da Cultura, mas devido às reformas será realizado no Ondara. É uma festa que eu estava sentindo falta, porque a Câmara valoriza aquelas pessoas que empreendem e geram emprego em Campo Grande e que fez a diferença, seja um empresário, um professor, trabalhador, mas que fez a diferença em uma cidade de quase um bilhão de habitantes.

Sobre o pós-pandemia que comentou, considera que Campo Grande está retomando em um bom ritmo?

Carlão: Campo Grande sempre esteve na frente de outras capitais, desde a vacinação, o ex-prefeito na época enfrentou com força essa pandemia, não fechando o comércio, só quando não tinha jeito mesmo. Com certeza a pandemia ainda não está 100%, porque esses dias aqui na Câmara mesmo tinham três vereadores e sete funcionários que pegaram Covid. E assim, quem já está vacinado, o Covid já está mais manso, mais calmo e assim as vagas de UTI e CTI ficam atendendo outras demandas do município. Mas ainda tem [Covid] e cabe cuidar, aqui na Câmara não deixamos de utilizar máscara e álcool, esses dias baixei um decreto e ficamos 10 dias com uso obrigatório de máscaras. Agora já flexibilizamos de novo. Mas a cidade com certeza não está 100% ainda.

Quais os desafios que Campo Grande ainda enfrenta?

Carlão: Campo Grande tem que melhorar muito a saúde, temos muitos munícipes aguardando cirurgia. Acabei de sair ali da Taira, onde tenho amizade com o pessoal ali, estavam cobrando uma cirurgia de uma senhora que está aguardando mais de seis meses uma cirurgia e não está mais se aguentando de dor. E ela só consegue fazer se for pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Outra pessoa que falei ainda hoje é uma que está aguardando cateterismo há vários meses, está com a veia entupida e pode ter um infarto a qualquer momento. A questão dos exames, das cirurgias, principalmente eletivas, não estão atendendo, só urgência. Temos muito essa dificuldade na questão da saúde.

Na a gente tem melhorado bastante, mas ainda faltam muitas coisas. Ainda faltam Ceinfs (Centros de Educação Infantil), temos que melhorar também a questão dos nossos prédios públicos da saúde, os postos de saúde tem que ser reformados.

Na área de empregos Campo Grande está bem, cresceu bastante as vagas de emprego, mas ainda precisa melhorar mais. Campo Grande realmente vem crescendo, vem fazendo alguma diferença. Mas nunca você consegue chegar a 100%. Acho que o gargalo que atrapalha mais a nossa cidade é a questão da saúde.

E quais são os pontos positivos de Campo Grande?

Carlão: Campo Grande sempre teve o ponto positivo de ser uma cidade arborizada, as ruas largas, uma cidade do clima muito bom de se viver, que ainda não tem problemas sérios de segurança. Falta segurança, mas em vista das outras capitais, é uma cidade com menos violência. Então, Campo Grande hoje ela tem uma atração em vista das outras cidades, por ser um município plano.

A cidade também tem um ponto muito forte na questão de geração e renda aqui. O pessoal vem do interior para cá porque tem condições de ter uma oportunidade de estudar e trabalhar. O ponto forte de Campo Grande é esse, é uma cidade acolhedora, cidade que sempre teve as diferenças no clima e nos munícipes que moram.

Campo-grandenses sempre recebem bem as pessoas que vêm. Campo Grande é a Cidade Morena, quem vem aqui fala ‘que cidade bonita’. Temos nossos problemas, mas ontem estava até comentando que os postos de saúde vazaram água pelo telhado e estava com problemas devido às chuvas. Então falei: ‘poxa, estamos reclamando desses negócios de um ônibus que atolou lá no Nova Lima enquanto tem cidade que está lamentando com a perda de vidas por causa de uma enchente’.

Campo Grande realmente é uma cidade diferente, temos problemas, mas não é no mesmo patamar das outras cidades. Então, nosso ponto forte hoje é ser uma cidade boa, bonita de se viver, onde tem oportunidade de emprego e geração de renda.

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Praça Ary Coelho, centro de Campo Grande. Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax

E essa diferença ainda faz de Campo Grande uma capital do interior?

Carlão: Campo Grande ainda é vista como a capital do interior, mas as pessoas que não conhecem aqui acham que transitamos com onças nas ruas, com bichos. Quando eles chegam aqui, notam a diferença. ‘Nossa, mas como é diferente Campo Grande’.

Mas somos o contrário, Campo Grande é uma cidade que cresce, tem prédios bonitos, avenidas largas, colhedora, arborizada. Então, Campo Grande, quando a pessoa conhece vê que é diferente.

Nos próximos dois anos, quais os projetos que devem ser implantados na cidade?

Carlão: Os projetos que nós temos que trabalhar sempre é na questão do meio ambiente. Agora votamos o Plano Diretor, que é um projeto que vai organizar toda nossa cidade nos próximos 10 anos, questão de construção de prédios, condomínios e loteamentos, todo o crescimento de Campo Grande está neste plano. Esta semana a gente regulamentou a Outorga Onerosa e o plano de meio ambiente, que na sua construção o plano vai ser mudado. Ao invés de você concretar todo o chão, você vai plantar uma árvore, vai colocar grama, mais jardins.

Nos próximos dois anos nós temos que tentar e a Câmara vai ajudar a criar mais empregos, melhora do transporte público — porque nosso transporte público não é de boa qualidade —, dar mais oportunidades de vagas de Ceinf para as mães poderem trabalhar, e a nossa saúde tem que ser melhorada.

Não adianta nós construirmos muitas obras, fazer muitos prédios, se não temos condições de ter um funcionário de qualidade. Temos que aprimorar, qualificar nossos servidores para bem atender as pessoas. Por exemplo a (Secretaria Municipal de Educação), temos que dar mais oportunidades para os professores fazem mais para ensinar melhor nossos alunos. Dar mais condições para termos escolas integrais, nós temos que ter cursos profissionalizantes nas escolas.

É importante que Campo Grande invista na educação, mais ainda na construção de escolas integrais. Nesses dois anos temos que dobrar o número de escolas integrais, temos quatro e podemos ter oito. Investir no Prodes, pegar alguém que tem empresa e gerar empregos em Campo Grande e dar essas áreas para eles, dar incentivos fiscais para as empresas.

Porque se você der mais oportunidade de emprego e tivermos mais mão de obra qualificada, a cidade só tem a crescer. As pessoas que aqui se formam, que crescem, não mudam daqui para procurar oportunidade de emprego em outras cidades.

Nós não podemos apenas cobrar impostos dessas empresas, as empresas precisam de uma área e não tem. Temos que dar essa condição de isenção de ICMS, ISS, o Estado tem que dar e a Prefeitura também tem que dar a isenção de IPTU da construção. É importante você dar o incentivo fiscal para o empreendedor e o gerador de renda.

Nesses dois anos Campo Grande tem que focar bem no Prodes, investir mais na educação, na infraestrutura da cidade. Se você tiver como trazer as coisas que produzem no cinturão verde para a cidade é geração de renda e riqueza na questão de alimentação. Também temos muitas estradas vicinais de Campo Grande que estão precárias, então devemos investir no cinturão verde, na área rural.

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Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax

Qual projeto foi votado na Câmara neste último ano que merece destaque?

Carlão: O projeto mais interessante que votamos esse ano é o Projeto do Plano Diretor, votado de 10 em 10 anos, que dá o norte para o crescimento ordenado da cidade. É um projeto que foi votado, cobrado pelos campo-grandenses. E outro projeto que mais tem destaque, que vale por muitos, são os planos de cargo e carreira dos servidores.

Votamos mais de seis planos de cargo e carreira de servidores do município, para valorização do servidor que é concursado. A Câmara fez isso, valorizou isso votando de todos os servidores, inclusive da Câmara, que nós aprovados o projeto de planos.

Eram projetos interessantes, que eram sonho de servidores do 30 anos e a Câmara tornou realidade. Esses são os projetos que valem destaque, mas também votamos projetos individuais que mexem na vida das pessoas.

Votamos projetos de lei das avenidas de trânsito rápido antes de serem inauguradas, votamos projetos de lei para ter nas escolas e Ceinfs assistentes sociais e psicólogos. São leis que realmente dão o impacto direto na vida das pessoas.

O vereador não é só fazer leis, temos que fazer com qualidade para que essa lei seja sancionada e regulamentada. Se você faz uma lei e a prefeita veta, ela não é regulamentada. Tem leis de cinco anos que não foram regulamentadas, então ela não sai do papel, não chega até as pessoas.

Então o mais importante é você fazer uma lei com qualidade, que chega na vida das pessoas, do que fazer milhares de leis que não tem objetivo e não vão chegar nunca no munícipe.

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