O vereador Ayrton Araújo (PT) reagiu à informação de que o senador e ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PSD), será ouvido como testemunha indicada pelo Consórcio Guaicurus em audiência que dá início ao julgamento que analisa a legalidade do contrato de concessão, firmado no ‘apagar das luzes' do mandato do então prefeito da Capital.

“Bem estranho, ele era o prefeito, o gestor. Bem estranho mesmo”, comentou Araújo.

Reportagem do Jornal Midiamax revelou que Nelsinho Trad é uma das cinco testemunhas de defesa do , venceu licitação que deu ao grupo de empresas o direito de faturar até R$ 3,4 bilhões explorando o transporte da cidade durante 20 anos.

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Nelsinho Trad, prefeito de na época que Consórcio Guaicurus venceu licitação (Foto: Acervo Assecom, PMCG)

Processo começou com investigação do MPMS

A audiência de instrução e julgamento será presidida pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. O julgamento é o desfecho de um processo de investigação iniciado em 2019 pelo (Ministério Público Estadual) e que chegou ao Judiciário em setembro de 2020, em forma de ação civil pública.

No processo, o Ministério Público elencou uma série de irregularidades identificadas durante a investigação e que, na visão da 30ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, são suficientes para anulação do contrato.

Entre as testemunhas de defesa do Consórcio Guaicurus, ou seja,  que apresentarão informações que o grupo de empresas julga como determinantes para provar que não houve irregularidade no processo de licitação, estão, além do ex-prefeito Nelsinho Trad, Marcelo Luiz Bonfim do Amaral (diretor-presidente da à época da licitação), Bertholdo Figueiró Filho (presidente da comissão de licitação à época), João Rezende Filho (diretor do Consórcio Guaicurus) e, por último, o senador Nelson Trad Filho, prefeito de Campo Grande entre os anos de 2005 e 2012, ou seja, em todo o período em que a licitação de concessão foi elaborada, lançada e vencida pelo Consórcio Guaicurus.

Das quatro testemunhas indicadas pelo grupo de empresas, três já foram intimadas, mas o senador Nelsinho, conforme informou a defesa do Consórcio nesta quinta-feira (23), deverá ser notificado por intimação judicial em razão do mandato de senador.