Vereadores de cobram providências de empresa que provoca mau odor em bairros da região sul de Campo Grande. Em busca de solução, há quem defensa até o remanejamento da fábrica de fertilizantes do perímetro urbano.

“Acredito que esse tipo de empresa eles têm que ficar fora dos arredores da cidade, não dentro do perímetro urbano. Apesar de estarem de frente para o grande anel, a cidade já chegou ali. Acredito que precisa ser remanejado urgente, essa é a minha posição”, afirmou o vereador Clodoilson Pires (Podemos).

Ele conta que esteve no aterro sanitário no período de e descobriu que o mau cheiro na região não vem daquele local.

“Vem da Organoeste que é aquela compostagem que fica em frente ao aterro. Porque toda vez que eles mexem e reviram o próprio lixo, é dali que vem o mau cheiro”, afirmou o vereador. A fala é a mesma de moradores da região do Parque do Lajeado. 

Eles reclamam que no período da tarde a situação fica ainda mais insuportável. Nem visitas alguns conseguem mais receber, por conta da situação no entorno. Conforme Clodoilson, a informação que recebeu é de que a empresa antes era alocado no Indubrasil, mas há alguns anos foi realocada para o bairro, ao lado do aterro.

Ronilço Guerreiro (Podemos) disse que sua equipe de rua tem acompanhado de perto o problema, que é antigo na região. “Vamos buscar encontrar uma solução junto com o executivo, pois os moradores não podem sofrer com essa situação sem uma resposta”, adiantou.

O vereador Professor Riverton (DEM) contou ter recebido com preocupação a situação enfrentada pelos moradores. “Como parlamentar, estudarei o caso, buscando maior conhecimento sobre o problema, em busca da solução necessária”, disse.

Para o vereador Dr. Jamal (MDB), além do incômodo a preocupação é que a situação contribua para a proliferação de doenças. “Vou encaminhar ao secretario de saúde para ver quais são as providencias que podem ser tomadas naquela região”, adiantou. Além de conhecer o local, ele revelou ter estado na região recentemente e constatado que o problema persiste. “É uma situação triste que nos temos que achar uma solução”, frisou.

Questão delicada

Para o vereador Tabosa (PDT), a situação da fábrica é ‘coisa mais delicada' por se tratar do setor empresarial. Ele admite, entretanto, que a situação é crítica. “O cheiro chegava no Iracy coelho, era insuportável. Nos dias quentes é insuportável”, contou o vereador, que vive por anos na região.

Já Zé da (Podemos) contou que fará visita aos bairros do entorno e também à empresa de fertilizantes. “É importante ouvir os dois lados, identificar o problema e buscar uma solução principalmente para os moradores, que estão sofrendo já há anos com e a rede de tratamento de esgoto”, defendeu.

Problema crônico

Os moradores dos bairros atribuem o mal cheiro a uma fábrica de fertilizantes próxima. Eles afirmam que antes da chegada da empresa, o odor não era tão intenso, mesmo com a presença do aterro sanitário na região. O presidente da associação de moradores do Lageado, Ronny Leão afirma que já foi feita uma visita na empresa de fertilizantes e no aterro, para verificar qual seria a origem dos problemas. Porém, ele aponta que a causa do mau estar nos moradores do bairro seria, de fato, originado pelo adubo produzido na empresa.

A dona de casa Rosimeire Cardoso, de 38 anos, afirma que trabalhava no lixão e que se mudou para o bairro Lageado há 22 anos. “O cheiro não era tão forte, não era do lixão”.

A empresa de fertilizantes apontada como a causa do transtorno aos moradores é a Organoeste. O gestor da empresa, Flávio Pereira, conversou com a reportagem do Jornal Midiamax e discorda da posição dos moradores. Ele ainda disse que a empresa está aberta para visitas, caso ainda acreditem que é a causa do mau cheiro. “A nossa empresa não é uma perfumaria, trabalho com resíduos. A gente recebe o resíduo faz o tratamento e não existe um cheiro que comprometa os bairros”, disse.

Matéria editada às 11h17 para acréscimo do posicionamento de vereadores.