O senador Nelsinho Trad (PSD/MS) defendeu que denúncias devem ser apuradas pelos ‘órgãos competentes’, assim como deve ser feita a responsabiliização por eventuais crimes. A afirmação é resposta à revelação, divulgada pela Folha de São Paulo, de que o governo Bolsonaro teria pedido propina na negociação da compra de vacinas contra a Covid-19.

“As denúncias devem ser apuradas pelos órgãos competentes e as consequentes responsabilizações deverão ocorrer”, disse nesta quarta-feira (30). Da bancada federal de MS, a senadora Simone Tebet (MDB) foi mais enfática ao dizer, mais cedo, que a denúncia tem de ser apurada com rapidez e que, ‘mal começamos a investigar tráfico de influência e prevaricação na compra da Covaxin, agora denúncia de propina e corrupção’. 

Segundo a Folha de São Paulo, emails mostram que o Ministério da Saúde negociou oficialmente venda de vacinas com representantes da Davati Medical Supply. Um representante afirmou à reportagem que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em contrapartida à assinatura do contrato dos imunizantes.

As mensagens de negociação foram trocadas entre o diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, Hernan Cardenas, que aparece como CEO da empresa, e Cristiano Alberto Carvalho, que se apresentou como representante dela. Após matéria da Folha de São Paulo apontando denúncia de propina, Dias foi exonerado do ministério.