‘Governo de Centro pode interferir positivamente’, diz ex-ministro de Temer exonerado por Bolsonaro

Em nota após ter saída da Itaipu formalizada, Marun também enalteceu “legado do breve Governo Temer”

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Após ser oficialmente desligado do cargo de conselheiro da Itaipu Binacional, Carlos Marun (MDB) divulgou nota pública na qual faz elogios ao ex-presidente Michel Temer (MDB), responsável por sua indicação ao cargo, que ocupou desde 2019, no apagar das luzes da gestão emedebista. 

“Aproveito para agradecer profundamente ao Presidente Temer a nomeação e ao Presidente Bolsonaro minha manutenção no exercício desta importantíssima função”, comentou Marun, em nota. Ele também desejou êxito a sua sucessora, Maria Aparecida Borghetti.

Em sua declaração, Marun reforçou o “legado do breve Governo Temer” e pontuou que a gestão do ex-presidente serviu “para que a população possa ter consciência do quanto um Governo de Centro pode interferir positivamente na sua vida”.

Por fim, Marun pontua que seguirá empenhado pelo êxito do Projeto da Rota Bioceânica, que deve conectar os oceanos Atlântico e Pacífico cruzando países da América do Sul e, no caso do Brasil, cruzando Mato Grosso do Sul.

O ex-ministro, ex-deputado federal e, agora, ex-conselheiro da Itaipu Binacional também reforçou a divulgação de vídeo que foi gravado em sua última reunião no cargo, em 30 de abril de 2020. O vídeo está no canal Marun TV: com pouco mais de 400 inscritos, o canal é onde Carlos Marun ensina internautas a pescar.

Desligamento

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) formalizou a exoneração de Carlos Marun da função de Conselheiro da Itaipu Binacional, conforme publicação do DOU (Diário Oficial da União) desta quinta-feira (6). No lugar do engenheiro, Bolsonaro nomeou Maria Aparecida Borghetti, que deverá ficar no cargo até 16 de maio de 2024.

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A ex-governadora do PR e atual conselheira da Itaipu, Maria Aparecida Borghetti, em agenda com o presidente | Foto: Reprodução | Facebook

Indicado ao cargo pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2019, Marun já havia confirmado, no início de abril, que deixaria o posto de conselheiro – logo após a saída do general Joaquim Silva e Luna da direção geral da Itaipu para a presidência da Petrobrás. Naquela ocasião, uma mensagem vazada de um grupo de Whatsapp na qual o ex-conselheiro trouxe à tona a informação. Nela, Marun admitia que seu desligamento já estava sendo tratado há cerca de dez dias.

A conselheira que assume o posto de Marun, Maria Aparecida Borghetti, é ex-governadora do Paraná e ex-deputada federal . Ela é esposa do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo barros (PP-PR). A nomeação de Cida Borghetti, como também é conhecida, já era ventilada nos bastidores. No mês passado, ela esteve com Bolsonaro e publicou foto do encontro em suas redes sociais.

Mandato polêmico

A estadia de Marun na Itaipu Binacional foi permeada por percalços. O ex-ministro de Temer chegou a ser desligado do cargo de conselheiro, sendo, posteriormente, reconduzido. Na época, a manobra reforçou a articulação do Centrão – bloco de partidos de centro e centro-direita – em apoio político a Bolsonaro em troca de cargos.

Marum foi deputado federal pelo MDB e, no governo Temer, desempenhou a função de ministro-chefe da Secretaria de Governo. Ao apagar das luzes do governo, ele foi indicado pelo então presidente ao cargo de conselheiro da Itaipu Binacional.

Já durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Marun foi alvo de ação movida pelo MPF (Ministério Público Federal), na qual teve a nomeação cassada por decisão liminar, chegando a ficar cinco meses afastado do cargo. A vitória pela manutenção na função de conselheiro ocorreu em segunda instância.

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