Por meio de nota, a Prefeitura de Coxim, a 253 quilômetros de Campo Grande, disse que os questionamentos feitos sobre gastos com combustíveis contribuem para a correta destinação dos recursos públicos. Além disso, informou que acompanha os levantamentos do caso para que sejam tomadas as devidas providências.
O detalhe é que o promotor que questionou os gastos acabou exonerado nesta quarta-feira (11), a pedido. “O Sr. Adriano Fernandes, por vontade própria, solicitou ao chefe do executivo a sua exoneração, o mesmo permanece na procuradoria-geral, pois é servidor de carreira e deve continuar cumprindo suas obrigações a qual foi destinado em concurso”, disse a prefeitura na nota.
Sobre o consumo de R$ 6,3 mil litros de combustíveis e gasto médio mensal de R$ 4.793,51 no “cartão corporativo”, a prefeitura disse: “Quanto às investigações sobre os gastos com combustíveis, essas devem seguir normalmente, esse tipo de indagação é natural e contribui com a correta destinação dos gastos públicos. Acompanhamos os levantamentos oriundos, para que sejam tomadas as devidas providências”.
Entenda
Conforme já noticiado, a Procuradoria-Geral do município pediu esclarecimentos sobre os gastos exorbitantes no “cartão corporativo” da Prefeitura, feitos pelo chefe de gabinete Ivaldo Lopes, sinalizando para uma “farra dos combustíveis”. Segundo ofício encaminhado pelo procurador-geral, Adriano Loureiro Fernandes, foram consumidos 6,3 mil litros de gasolina e diesel nos últimos sete meses.
Conforme informado pelo procurador, o relatório de movimentação do cartão cadastrado no CPF da chefia de gabinete é de em média R$ 4.793,51 por mês. Neste sentido, ficou constatado que entre os meses de janeiro a julho, foram utilizados 4.218,56 litros de gasolina, chegando ao consumo equivalente de 20,8 litros por dia. No mesmo período, foram 2.134,07 litros de diesel, uma marca de 10,16 litros consumidos por dia.
Os números, considerando a média de consumo de 10 quilômetros por litro entre ambos os combustíveis, levam ao resultado de 302,50 quilômetros percorridos em cada dia nos últimos sete meses. O procurador cita ainda que não há identificação dos veículos abastecidos, ao mesmo tempo em que foram registrados vários abastecimentos num único dia.
Neste sentido, a Procuradoria quer saber quais são, a quem pertencem e por quais motivos os veículos foram abastecidos. Além disso, questiona também por qual motivo não há registro explícito dos automóveis beneficiados e qual a justificativa do chefe de gabinete para os gastos. Por fim, questiona se ele desempenha outra atividade, pois há suspeita de ligação dos abastecimentos com um programa de rádio ao qual Ivaldo é responsável. A equipe de reportagem tentou contato com Ivaldo e com o prefeito Edilson Magro (DEM), mas os mesmos não se manifestaram.
Exonerado
Cinco dias após cobrar explicações da gestão sobre a ‘’farra dos combustíveis’, o procurador-geral do município, Adriano Loureiro Fernandes, foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (11), a pedido. A exoneração de Adriano foi publicada em decreto assinado pelo prefeito e publicada no Diário Oficial da cidade.
Ao Jornal Midiamax, Adriano afirmou que pediu para deixar o cargo por “incompatibilidade de ideias”. Adriano é procurador de carreira da prefeitura e explica que permanece no município, mas não como cargo de confiança. “Procurador-geral é um cargo de confiança e eu não me sinto eticamente livre para investigar, como sou de carreira, permanecerei investigando”, disse Adriano. Ainda conforme o procurador, a saída do cargo de confiança se deu de forma “amigável”.
Nota na íntegra
Nota à imprensa
Em relação aos questionamentos da imprensa a respeito da exoneração do procurador geral do município, Adriano Loureiro Fernandes, a mesma se deu por pedido do próprio, não havendo ligação alguma com investigações da procuradoria.
O Sr. Adriano Fernandes, por vontade própria, solicitou ao chefe do executivo a sua exoneração, o mesmo permanece na procuradoria-geral, pois servidor de carreira e deve continuar cumprindo suas obrigações a qual foi destinado em concurso.
Quanto às investigações sobre os gastos com combustíveis, essas devem seguir normalmente, esse tipo de indagação é natural e contribui com a correta destinação dos gastos públicos. Acompanhamos os levantamentos oriundos, para que sejam tomadas as devidas providências.