O Senado Federal enviou uma carta à vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, pedindo autorização especial para compra, pelo governo brasileiro, de doses de vacinas contra a covid-19 estocadas naquele país e ainda sem previsão de uso. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) ajudou na interlocução do pedido com o embaixador norte-americano no Brasil, Todd Chapman.

O ofício foi protocolado hoje (19) no Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores, e na embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Destinatária do pedido por vacinas, Kamala Harris é, além de vice do presidente Joe Biden, também presidente do Senado norte-americano.

Assinado pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o ofício cita a demora na obtenção de insumos para produção de vacinas pela (Fundação Oswaldo Cruz). O laboratório de Bio-Manguinhos é responsável, no Brasil, pela fabricação do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, na Inglaterra. A vacina é a única aprovada em definitivo pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) até agora.

“Travamos uma batalha contra o tempo”, argumenta Pacheco na carta. O senador ainda faz elogios à administração dos Estados Unidos, “caso de sucesso”, segundo ele, pela aplicação de mais de 100 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. O país teria aproximadamente outras 100 milhões de reserva.

Conforme números da Our World in Data, o governo estadunidense administrou 115 milhões de doses até ontem (18). No Brasil, foram apenas 13 milhões.

Nelsinho Trad, senador, Campo Grande
Nelsinho Trad, senador de Mato Grosso do Sul pelo PSD (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Nelsinho pede urgência na aquisição de vacinas

“Precisamos urgentemente de mais vacinação”, comentou Nelsinho Trad. O parlamentar de Mato Grosso do Sul já presidiu a CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) do Senado, hoje comandada por Kátia Abreu (PP-TO).

Depois de declinar ofertas como a da em meados de 2020, o agora enfrenta dificuldades para obter doses de vacinas contra a covid-19. Em meio a troca de comando nesta semana, o Ministério da Saúde firmou contrato para compra de 138 milhões de doses de Pfizer e Janssen, mas que só devem chegar a partir do segundo semestre no Brasil.

Com o ritmo lento de imunização, a pandemia recrudesce no País. A média móvel diária de mortes pela doença está acima de 2 mil. Além disso, praticamente todas as capitais registram taxas de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na casa dos 90%.