O adiamento das eleições municipais de 2020 em função da pandemia do novo coronavírus COVID-19 encontra diferentes posicionamentos entre os três senadores sul-mato-grossenses. As posturas deles vão desde julgar a discussão prematura, a achar que ela é inevitável e, por fim, que se trata de medida que precisa ser tomada com urgência.

Entre as PECs (Propostas de Emenda Constitucional) que tramitam no Senado Federal, uma delas é oriunda de MS. Por enquanto, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) manifestou-se sobre os rumores que saem do Congresso Nacional informando que os prazos do calendário eleitoral estão mantidos. Mas, ministra do Tribunal adiantou que está nas mãos de deputados federais e senadores incluir na Constituição Federal a possibilidade de prorrogar o pleito em caso de calamidade pública.

“Se nós estamos no início da montanha e o pico dela deve acontecer em julho, agosto, como é que você vai fazer convenção? Como é que você vai fazer eleição sem mobilizar as pessoas?”, questionou o senador Nelsinho Trad (PSD) ao Jornal Midiamax.

Na avaliação dele, contudo, o assunto deverá ser discutido mais adiante. “Vamos encarar e agir com responsabilidade no momento certo. Se adiaram até uma Olimpíada que tem um planejamento, que tem um envolvimento de bilhões de dólares do mundo todo, é porque alguma coisa séria tem por trás disso aí”, comentou, ao antecipar sua opinião pela necessidade da medida.

Para a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Simone Tebet (MDB), ainda é muito cedo para discutir o adiamento das eleições. Conforme informado pela assessoria de imprensa da senadora, ela julga prematuro discutir isso no momento. Mas, em entrevista à imprensa nacional já se manifestou favorável à destinação do Fundo Eleitoral para combater o COVID-19.

120 dias após a pandemia

Já a senadora Soraya Thronicke (PSL) não só julga a discussão urgente como apresentou PEC prevendo o adiamento das eleições em situações de calamidade pública, como a atual. A proposta prevê que a votação ocorra 120 dias após ser encerrado o estado de calamidade decretado pelo Governo.

“Eleição é um processo importante em que o cidadão precisa estar plenamente envolvido, sem a preocupação que aflige o mundo neste momento — o cuidado com a própria saúde, diante do caos trazido pelo coronavírus — para ir às urnas com a serenidade e a cautela necessárias”, defendeu, em suas redes sociais.