Em Campo Grande, PSOL faz chapa com mulheres para concorrer à prefeitura

Diferente de eleições passadas em Campo Grande, neste ano, os eleitores se deparam com uma chapa majoritária completamente feminina. O PSOL tem pré-candidata a prefeita e vice já definidas.  Cris Duarte é a pré-candidata a prefeita e Val Eloy é indígena, líder terena e a coprefeita, título dado pelo partido.  O consenso sobre a escolha…

Arquivo – 22/07/2020 – 11:30

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Diferente de eleições passadas em Campo Grande, neste ano, os eleitores se deparam com uma chapa majoritária completamente feminina. O PSOL tem pré-candidata a prefeita e vice já definidas. 

Cris Duarte é a pré-candidata a prefeita e Val Eloy é indígena, líder terena e a coprefeita, título dado pelo partido. 

O consenso sobre a escolha de uma chapa completamente feminina, foi para sair do lugar comum, segundo explica Cris. “Resolvemos avançar nisso, lançando uma chapa 100% feminina e feminista. Queremos superar as cotas de gênero da legislação eleitoral, nós somos maioria na sociedade, mas minoria no termo de representatividade”.

Partidos só lançam candidatos homens, isso foi o que motivou a sigla pela escolha da chapa feminina. Exemplo disso é que dos 15 pré-candidatos a prefeitos em Campo Grande, apenas uma é mulher. “Um exemplo disso é vermos uma Assembleia Legislativa sem nenhuma mulher eleita. E consideramos fundamental que as mulheres sejam protagonistas do seu próprio discurso”.

Cris cita ainda outro fator inédito na pré-candidatura. “Queremos romper com o formato vertical de exercício do poder. Convidamos a Val Eloy, importante liderança indígena do conselho terena para ser nossa coprefeita na chapa majoritária  e ressignificar esse lugar da vice que em muitos casos acaba sendo meramente decorativa. A proposta é de parceria, gestão compartilhada, participação ativa em todas as decisões”.

Liderança indígena e mulher

Val Eloy foi fundadora de uma comunidade em contexto urbano que no início teve o nome de Tumuné Kalivonó (Futuro da Criança). Se tornou cacique da comunidade em 2014, ano em que também foi coordenadora de assuntos indígenas em Campo Grande.

Ela explica ao Jornal Midiamax o que significa a sua pré-candidatura. “Ocupar esse espaço para mim é desmitificar e demostrar nossa presença. Com a minha candidatura estou bradando pro Mato Grosso do Sul ouvir “nos existimos, nós estamos aqui e nos exigimos respeito”.

Segundo a líder indígena, Mato Grosso do Sul é o segundo maior estado com população indígena. “Mas considero que lidera o ranking de pratica racista contra indígenas no Brasil”.

Conteúdos relacionados